O Estadão acusa o Terça Livre e a jornalista Fernanda Salles de praticar “fake news”. Mas uma análise simples da cronologia dos fatos pode comprovar que o motivo disso é apenas a impossibilidade de desmentir as fontes primárias da questão e ocultar a mais escandalosa das evidências da maior crise ética que o jornalismo brasileiro já enfrentou, se é que se pode chamar isso de jornalismo.
O Estadão acusa o Terça Livre e a jornalista Fernanda Salles de praticar “fake news”. Mas uma análise simples da cronologia dos fatos pode comprovar que o motivo disso é apenas a impossibilidade de desmentir as fontes primárias da questão e ocultar a mais escandalosa das evidências da maior crise ética que o jornalismo brasileiro já enfrentou, se é que se pode chamar isso de jornalismo.
O primeiro artigo que mencionou a existência da investigação feita por um jornalista francês (contendo inclusive algumas transcrições da conversa telefônica gravada) foi publicado no The Washtington Times em 8/3/2019, sob autoria de L. Todd Wood (Leia aqui).
Já a investigação em fonte primária, publicada no blog do autor francês Jawad Rhalib, que é um cineasta de documentários investigativos, foi publicada em 6/3/2019 (Leia aqui), e diz resumidamente:
O motivo do interesse do autor é reafirmar sua opinião pela necessidade do RIGOR na investigação jornalística, em contraposição ao ativismo que ele diz observar na mídia em geral, quando atua contra políticos.
Olhando a onda midiática anti-Bolsonaro no Brasil, o autor acionou uma fonte, um estudante que pesquisava sobre o tema em uma famosa universidade britânica, para verificarem juntos as motivações dos jornalistas anti-Bolsonaro.
Depois de listarem diversos jornalistas, escolheram a que consideraram mais virulenta e que primeiro publicou artigos sobre Flávio Bolsonaro [segundo eles], Constança Rezende, que topou a entrevista como parte da pesquisa credenciada pela universidade britânica.
As conclusões, a partir da conversa, do próprio documentarista francês, inclusive ordenadas e enumeradas por ele, são:
1 – Rezende declara resolutamente que só escreve no caso Flavio Bolsonaro para “arruinar” o presidente Jair Bolsonaro;
2 – Rezende teme que a investigação sobre Flavio Bolsonaro nunca se materialize, porque neste caso não haveria “processo de destituição” do presidente Jair Bolsonaro;
3 – Rezende descreve como documentos não públicos sobre Flavio Bolsonaro foram divulgados a ela pelo COAF;
4 – Rezende garante que os documentos são autênticos e oficiais.
Enfim, a grande mídia vai continuar atacando apenas o Terça Livre e a jornalista Fernanda Salles Andrade porque se for na origem dos áudios ficará comprovado o escândalo internacional que se tornou a atuação dos jornalistas anti-Bolsonaro, tendo sido repercutido já nos EUA e na França.
Mídia precisa descontextualizar para destruir
O Estadão tenta descontextualizar a informação porque não pode dar resposta aos fatos quando contextualizados. O jornalista francês não é um bolsonarista nem um direitista ou assessor parlamentar do PSL, mas alguém que ficou escandalizado com a atuação jornalística no Brasil desde a eleição de Bolsonaro e este é o real motivo da denúncia feita por ele.
A situação dos jornais brasileiros é escandalosa sob uma infinidade de pontos de vista. Desde a declaração do editor-chefe da Piauí, Fernando de Barros e Silva, de que a linha da grande mídia se resumiria a “tentar pegar Bolsonaro de qualquer jeito, na linha, como eu posso prejudicar Bolsonaro fingindo fazer jornalismo”, até o artigo publicado em um jornal espanhol que propunha um guia para derrubar o governo brasileiro em seus primeiros 100 dias.
Nada disso terá resposta do Estadão.
Os jornais não darão resposta a essas declarações que expõem o escândalo internacional que se tornou o jornalismo brasileiro, simplesmente porque elas contextualizam toda a polêmica envolvendo Constança Rezende.