O deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso, publicou na última quarta-feira (4) no Twitter que o Brennan Center da Universidade de Nova York estudou todos os sistemas eletrônicos de votação (inclusive o modelo das urnas DRE brasileiras) e descreveu mais de 120 tipos de fraudes possíveis.
O deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso, publicou na última quarta-feira (4) no Twitter que o Brennan Center da Universidade de Nova York estudou todos os sistemas eletrônicos de votação (inclusive o modelo das urnas DRE brasileiras) e descreveu mais de 120 tipos de fraudes possíveis.
“A fraude mais simples e barata de se fazer para inverter o resultado de uma eleição majoritária é manipular o software de urnas DRE sem voto impresso, o que pode ser feito por meio de uma única pessoa”, afirmou o parlamentar.
Uma matéria do Brennan Center de setembro de 2019, escrita pelo diretor do Programa de Reforma Eleitoral, Lawrence Norden, disse que problemas com a segurança dos sistemas de votação “estão ganhando manchetes como nunca”.
Alguns dos motivos apontados, segundo a instituição, são “a recente mudança em muitos estados [norte-americanos] de sistemas de votação mecânicos para computadorizados e relatórios de alto perfil sobre o hackeamento de urnas eletrônicas comuns”.
“Infelizmente, grande parte da discussão pública em torno da segurança foi prejudicada por alegações a favor ou contra baseadas em pouco mais que especulação ou histórias”, afirmou Norden.
Norden também recordou o relatório divulgado em 2006 pelo Brennan Center, fruto da Força-Tarefa de Segurança do Sistema de Votação, composta por cientistas renomados do governo e do setor privado, acadêmicos, especialistas em urnas eletrônicas e profissionais de segurança.
Eles conduziram a primeira análise sistemática dos Estados Unidos de vulnerabilidades de segurança nos três sistemas de votação eletrônica mais comuns (urnas DRE como as brasileiras, urnas com voto impresso e urnas com voto escaneado).
A Força-Tarefa fez análises durante mais de um ano e redigiu o relatório “The Machinery of Democracy: Protecting Elections in an Electronic World”.
O engenheiro Amílcar Brunazo Filho, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), disse que o estudo do Instituto Brennan é muito importante e foi muito bem-feito.
“Entre os autores estão Ronald Rivest (o papa da criptografia, inventor da técnica de assinatura digital, usada pelo TSE, e enunciador do Princípio da Independência do Software em sistemas eleitorais, não usada pelo TSE), Bruce Schneider (o mais caro assessor de segurança de redes e autor dos maiores best-sellers em TI), Harry Hurst (o primeiro a demonstrar como fraudar eleições em urnas eletrônicas da Diebold).
Foi o primeiro estudo de Mapa de Riscos de equipamentos eletrônicos de votação e descreveu 120 formas de se fraudar eleições majoritárias estaduais nos três tipos de equipamentos de votação disponíveis na época (urnas DRE)”, ressaltou.
Amílcar também explicou que o estudo propôs um método de avaliação desses riscos que concluiu que a fraude mais perigosa para inverter o resultado de eleições majoritárias equilibradas é adulteração maliciosa do software de urnas DRE sem voto impresso (como as brasileiras).
“É a que exige subornar o menor número de operadores do sistema (os programadores do código-fonte)”, afirmou.