Um ar de angústia paira sobre Buenos Aires - a Argentina, campeã do mundo em 1978 e 1986 e vice no Brasil em 2014, vive o seu drama particular para se classificar para a Copa de 2018, que será na Rússia. Esse sentimento se espalha entre os portenhos. Na capital do país, a ansiedade é latente e o silêncio é tão espesso quanto a ausência de gols de um time sem empatia com seu povo.
Um ar de angústia paira sobre Buenos Aires - a Argentina, campeã do mundo em 1978 e 1986 e vice no Brasil em 2014, vive o seu drama particular para se classificar para a Copa de 2018, que será na Rússia. Esse sentimento se espalha entre os portenhos. Na capital do país, a ansiedade é latente e o silêncio é tão espesso quanto a ausência de gols de um time sem empatia com seu povo.
Sexta colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas, a seleção do técnico Jorge Sampaoli precisa vencer o Equador, em Quito, nesta terça-feira, para se garantir ao menos na repescagem contra a Nova Zelândia. "Há um desânimo grande com a equipe devido às péssimas atuações. O ponto de inflexão foi a Copa Centenário ano passado", disse o torcedor argentino Fabián Quintá, de 54 anos.
Nos últimos anos, a seleção de Lionel Messi chegou perto de colocar fim ao incômodo jejum de títulos que dura desde a Copa América de 1993, mas a sequência mostrou três fatídicas derrotas em finais - Copa do Mundo de 2014, Copa América em 2015 e Copa América Centenário em 2016.
Os argentinos costumam lotar cafés e bares durante os jogos do time. Isso tornou-se exíguo nos últimos confrontos. Na última quinta-feira, contra o Peru, os sempre lotados bares da rua Reconquista, ponto de aglomeração do centro de Buenos Aires, tinham poucas pessoas. Para a partida decisiva, contra o Equador, não há previsão de nenhum evento público com telões. "O torcedor não se identifica com esta seleção, que não conta com a personalidade guerreira dos argentinos", afirmou Fabián Quintá.
A prefeitura de Buenos Aires chegou a cogitar a colocação de telões para os dois últimos jogos, mas a má fase da equipe fez com que a medida fosse revista. O medo foi de, em caso de derrota, repetição das cenas de violência e vandalismo dos argentinos nas imediações do Obelisco após a derrota na decisão da Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha.
No restaurante Rincón Ecuatoriano, a proprietária Freda Montaño, de 67 anos, se prepara-se para receber os torcedores nesta terça-feira. Esta equatoriana de Esmeraldas, há 25 anos em Buenos Aires, no entanto, não acredita que o público compareça como em outros anos. "Não vejo os argentinos como em outros anos. Numa situação como essa, eles estariam com raiva ou chorando com esses resultados, mas agora os vejo serenos", comparou. "É como se estivessem anestesiados. Não demonstram idolatria nem admiração pela seleção".
Mesmo com angústia, o argentino não vai desistir de sua seleção. "Vamos ganhar e vamos nos classificar", disse Fabián Quintá. "Mas depois será preciso fazer aqui um trabalho como vocês fizeram no Brasil, de mudar a mentalidade dos jogadores para jogarmos de outra maneira", apontou o torcedor argentino.
Com informações do Estadão.