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15/02/2017 às 10h26

7 mitos e verdades da febre amarela

Doença que atinge algumas cidades do país, onde há fila de espera pela vacina
Saúde
7 mitos e verdades da febre amarela
Foto: iStock
Doença que atinge algumas cidades do país, onde há fila de espera pela vacina

Com a epidemia de febre amarela em algumas cidades do país e a confirmação de casos isolados pelo Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) esclarece as principais dúvidas sobre a doença que é mais frequente em matas (ciclo silvestre), mas apenas em macacos. Considera-se o ser humano um hospedeiro acidental do vírus - o mosquito pica um macaco infectado, e depois pica um humano não vacinado. Esse é considerado o ciclo silvestre da febre amarela.

“O grande risco é que se o hospedeiro humano (a pessoa que está com febre amarela) for picada pelo Aedes aegypti dentro da zona urbana, esse mosquito pode transmitir a febre amarela para outras pessoas dentro do município - ciclo urbano, quando deixa de existir apenas em matas).

Atualmente a febre amarela está sendo considerada como ciclo SILVESTRE, e todas as pessoas que tiveram confirmação da doença foram por picada de mosquitos que contraíram a doença de macacos”, explica Lucas Gaspar Ribeiro, médico de família e comunidade, diretor da Associação Paulista de Medicina de Família e Comunidade, filiada à SBMFC.

Confira mitos e verdades da febre amarela:

1. A febre é o principal sintoma.

VERDADE. A febre amarela é considerada uma síndrome febril transmitida por mosquito. Assim, o principal sintoma dela é a febre que dura até sete dias. Associados à febre, o paciente apresenta alguns sintomas gerais e inespecíficos: calafrios, dores pelo corpo, dor de cabeça, dor nas costas, mal-estar, náuseas e vômitos.

2. A pessoa fica com a pele amarelada.

VERDADE. O nome da febre é característico pois em torno de 15-25% dos pacientes ficam com a pele amarelada (icterícia).

3. Qualquer pessoa pode se vacinar.

MITO. Atualmente, o Ministério da Saúde considera uma pessoa com vacinação completa após duas doses da vacina, sendo que é necessário haver um tempo de 10 anos entre as duas vacinas, exceto nas crianças que é com nove meses e quatro anos. Importante ressaltar que não são todas as cidades do Brasil que necessitam de vacina, apenas as que tem macacos com febre amarela ao redor (risco elevado da doença). A vacina, como todo medicamento, apresenta riscos à saúde, por isso existem suas indicações e contraindicações, que estão a seguir:

Com duas vacinas, a chance de ter febre amarela é muito pequena. Um ponto a se considerar é quem pode e quem não pode ser vacinado: crianças menores de seis meses e idosos acima dos 60 anos, gestantes e mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.

4. É possível prevenir.

VERDADE. Porém, a única forma de prevenção é a vacinação contra o vírus da febre amarela. Outro ponto muito importante é o controle do vetor, que na zona urbana é o Aedes aegypti (o mesmo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya).

5. Existe tratamento específico.

MITO. Assim como a dengue, zika e chikungunya, inicialmente é oferecido suporte para dor e orientação de ingestão de bastante líquido. Caso haja piora dos sintomas, é necessária a internação e alguns casos inclusive são internados em UTI.

6. É contagiosa.

MITO. A única forma de transmissão da febre amarela é pela picada do mosquito.

7. O diagnóstico está disponível em todo o Brasil.

MITO. O diagnóstico é realizado por exame de sangue, mas que não é disponível em todos os lugares do Brasil, por ser um exame muito específico, contudo sempre que há o risco (é pensada nesse diagnóstico), é colhido exame e encaminhado ao laboratório para confirmar. Existem outros exames mais comuns que é possível fazer o diagnóstico do quadro grave (problemas de coagulação, hepáticos e renais). O diagnóstico laboratorial não é obrigatório para o tratamento.