23/05/2018 às 10h56

A arte e suas representações pelas mãos do escultor Junne Fontenelle

Assim é o estilo do escultor e ceramista Junne Fontelle (38), natural do Ceará. Autodidata, começou a 'brincar' com o barro aos 10 anos de idade

Estilo

A arte e suas representações pelas mãos do escultor Junne Fontenelle

Trabalho do artista e ceramista Junne Fontelle (Foto Edileuza Faria)

As mãos são habilidosas com o barro. Os movimentos parecem ser regidos por forças inconscientes vindas do âmago do artista, e tão logo o barro vai ganhando forma e expressão com elementos do cotidiano, representando a arte realista, com foco em temas sociais, que abordam à realidade e a simplicidade do ser humano. E com um simples olhar, logo percebemos nas peças “algo para ser explicitado e questionado”.

Assim é o estilo do escultor e ceramista Junne Fontelle (38), natural do Ceará. Autodidata, começou a “brincar” com o barro aos 10 anos de idade. “Eu não gostava de futebol. E no meu tempo livre ia para às feiras da cidade, e lá observava como eles faziam às peças. Fui me interessando. Minhas primeiras criações foram peças pequenas em cerâmicas, como pratos, vasos e rostos de animais”, relembra Junne.

Escultor e ceramista Junne Fontelle (38) (Foto: Edileuza Faria)

Mas, o jovem artista não queria ficar na “arte convencional” e buscou estilo próprio para confeccionar suas obras. Aos 16 anos, passou a estudar anatomia, e aos poucos foi criando sua própria identidade na arte de esculpir o barro com as mãos. Neste propósito, suas obras passaram a representar a realidade do ser humano, que Junne define como humanista. “Busco inspiração através do olhar e dos gestos das pessoas simples nas ruas, com os moradores de rua, o picolezeiro e outros personagens. Dessa maneira, construo uma arte popular realista, e ao mesmo tempo crítica pois, a obra tem que levantar uma reflexão, e isso é que faz você ser um artista”, finaliza Fontelle.

As obras do artista além de se destacarem com temas sociais contemporâneos, os regionais e as imagens de santos(sacras) também reforçam o prestigio e o reconhecimento do seu talento como escultor e ceramista. Com isso Junne Fontelle já participou de inúmeras exposições, como na Casa de Cultura Belchior, em 2003, em Crateús – CE, e na Casa de Cultura, 2004, em Sobral – CE. No ano de 2004, já em “solo cuiabano” Fontelle esteve presente na Secretaria de Cultura do Estado. Em 2005 na Praça das Bandeiras no Memorial, e na Casa do Artesão Sesc, em 2006.

Por duas vezes o escultor e ceramista expôs suas peças no Salão Jovem Arte de Mato Grosso, e também no Salão Acuba, este último sendo selecionado. Em 2010 participou de uma exposição coletiva “Conexões”. No ano de 2016, um dos seus trabalhos foi classificado no 15° Salão Jovem Arte Mato-Grossense.

As peças do artista são encomendadas por colecionadores mato-grossenses, de outros estados brasileiros e até do exterior.

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