O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) recuou de aderir ao Patriota para disputar a presidência da República. Um dos fatores que influenciou a decisão do pré-candidato direitista foi a possibilidade do deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho (Solidariedade) ingressar na nova legenda.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) recuou de aderir ao Patriota para disputar a presidência da República. Um dos fatores que influenciou a decisão do pré-candidato direitista foi a possibilidade do deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho (Solidariedade) ingressar na nova legenda.
O Patriota surgiu do Partido Ecológico Nacional (PEN). A sigla considerada nanica mudou de nome e assumiu orientação ideológica de direita justamente para abrigar Bolsonaro.
O ingresso de Daltinho está sendo negociado pelo presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso. Inclusive, três pessoas ligadas ao parlamentar foram colocadas na direção do partido em Mato Grosso por articulação do dirigente máximo.
A articulação de Adilson Barroso desagradou a militância do Patriota em Mato Grosso. O primeiro-secretário Rafael Klas Dal Bó esteve em Brasília falando sobre o “currículo” de Daltinho para o próprio Bolsonaro, que desaprovou o ingresso.
Rafael Klas Dal Bó também divulgou um áudio, direcionado a Adilson Barroso, no qual lembra que Daltinho apoiou o ex-presidente da Assembleia José Riva para governador em 2014. Lembra ainda Riva é ficha suja e considerado o político mais processado do Brasil.
Na gravação, Rafael Klas Dal Bó também lembra que Daltinho foi citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Segundo ele, o parlamentar se beneficiou do chamado mensalinho pago em troca de apoio político na Assembleia. “Nós fomos em Brasília lhe dizer quem é Daltinho e o senhor continua negociando com ele. O que está acontecendo? Temos certeza que o deputado Jair Bolsonaro não concorda com o que senhor está fazendo. Se quer negociar com esse tipo de pessoa, me exclua. Não faço parte de partido desonrado. Não ando com bandido”, dispara Rafael Klas Dal Bó.
Além do problema relacionado a Mato Grosso, outras questões levaram Bolsonaro a recuar da filiação ao Patriota. Uma delas é que Adilson Barroso não aceita que o grupo político do presidenciável indique os dirigentes estaduais da legenda.
Existe também o problema estrutural do Patriota. O partido recém criado não dispõe de tempo na TV, não recebe recursos do Fundo Partidário, o que praticamente inviabilizaria a campanha presidencial.
Foto: Reprodução
O analista político mato-grossense Manoel Carlos, que acompanha a trajetória de Bolsonaro, afirma que o presidenciável deverá analisar duas possibilidades: permanecer no PSC ou aderir ao PR. A decisão final será tomada até março quando deve abrir janela partidária, e que logo em seguida acaba o prazo para mudança de partido.
“Para ficar no PSC, Bolsonaro e o presidente nacional Pastor Everaldo precisam superar as divergências que têm, a humildade deverá prevalecer. Além disso, o PSC tem muito a ganhar com a permanência de Bolsonaro. Já a adesão ao PR está sendo articulada pelo senador Magno Malta, do Espírito Santo, e conta com a simpatia de uma ala considerável da sigla”, pondera Manoel Carlos.
O projeto prioritário é a presidência da República. No entanto, Bolsonaro não deve descartar hipóteses de concorrer ao Senado, Governo do Rio de Janeiro ou até mesmo à reeleição para deputado federal.
Para o analista político, o fortalecimento da direita no Brasil pode avançar com a ida de Bolsonaro para o Senado. Acredita ainda que o grupo político deve se empenhar para eleger deputados federais em praticamente todos os estados.
Outra possibilidade é a adesão de Bolsonaro ao Livres, legenda que se origina do Partido Social Liberal (PSL). No entanto, é considerada remota por Manoel Carlos. “Embora o Livres e Bolsonaro tenham convergência na questão econômica, é impossível conciliar no que diz respeito à cultura e costumes. Algumas alas do Livres defendem pautas progressistas como aborto e legalização da maconha, o que jamais terá anuência do conservador Bolsonaro”, concluiu
Outro Lado
Ao RD News, Daltinho afirma que recebeu convite da direção nacional do Patriota e que tomará decisão de permanecer ou deixar o Solidariedade somente em 2018. Reconhece ainda que a militância da sigla em Mato Grosso não está receptiva para recebê-lo. “Não brigo por partido. Existem muitas siglas que podem me receber. Se for para brigar, brigo por eleitores e para atender as demandas de Barra do Garças e do Araguaia”, garantiu Daltinho.
Originalmente de RD News