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19/10/2018 às 12h50

Agência nega elo com Bolsonaro, mas diz não controlar mensagem via WhatsApp

Brasil
Agência nega elo com Bolsonaro, mas diz não controlar mensagem via WhatsApp
Reprodução Web
O diretor de uma das agências de marketing digital que, segundo o jornal Folha de S.Paulo, distribuiu material anti PT via WhatsApp durante a campanha eleitoral, negou ter sido procurado por empresários ligados ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), mas disse que não tem como impedir que alguém use sua plataforma para divulgar conteúdo desse tipo. "A partir do momento que a pessoa se cadastra para disparar mensagens em nossa plataforma, não tenho controle", disse Lindolfo Antonio Alves Neto, diretor da Yacows, uma das empresas citadas pela reportagem.

Se uma empresa entra na plataforma e diz se chamar 6B LTDA, eu não consigo checar. A gente acredita que isso é um conteúdo que tem autorização e que não fere a legislação. As empresas são responsáveis pelo conteúdo."

De acordo com a legislação eleitoral, se esse tipo de serviço for contratado para beneficiar um determinado candidato e não for declarado na sua prestação de contas, isso pode configurar uma prática irregular. A reportagem citou pelo menos quatro agências que prestam o serviço de disparo de mensagens via WhatsApp.

Lindolfo Alves afirmou que um dos serviços prestados por sua empresa é fornecer uma plataforma para o disparo de mensagens pelo aplicativo. Segundo ele, para usar o serviço, o usuário precisa se cadastrar no site da companhia, comprar créditos, indicar quais os números de telefone serão seus alvos e informar o conteúdo a ser divulgado.

Depois disso, a empresa utiliza um sistema eletrônico para disparar mensagens de WhatsApp para os números de telefone indicados pelo cliente. A agência cobra entre R$ 0,08 e R$ 0,30 por pacotes de disparos de mensagens. 

Segundo o empresário, a Yacows não tem como ter controle nem sobre a real identidade de seus clientes e nem sobre o conteúdo divulgado por eles por meio de sua plataforma.

Alves disse ainda que não foi procurado por empresas que expressaram, diretamente, que iriam divulgar conteúdo anti-PT por meio de sua plataforma. "Isso nunca aconteceu", afirmou. No entanto, acrescentou que não teria como saber, de antemão, se sua plataforma foi utilizada com essa finalidade.

"Na verdade, não tem como ter [controle]. Não tem como ficar olhando o log (registro) de conteúdo para verificar o que está sendo publicado. É humanamente impossível", acrescentou. 

Apesar de afirmar que não atuou para empresas ligadas à campanha de Bolsonaro, o diretor da Yacows disse que não teria meios para impedir que alguém pudesse "ludibriar" seu sistema. 

"Se alguma agência ligada à campanha dele se cadastrou aqui, não tem como eu saber. Não dá para ficar checando as ligações de cada empresa", afirmou.O diretor de uma das agências de marketing digital que, segundo o jornal , , negou ter sido procurado por empresários ligados ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), mas disse que não tem como impedir que alguém use sua plataforma para divulgar conteúdo desse tipo. "A partir do momento que a pessoa se cadastra para disparar mensagens em nossa plataforma, não tenho controle", disse Lindolfo Antonio Alves Neto, diretor da Yacows, uma das empresas citadas pela reportagem.

PT pede investigação; Bolsonaro nega responsabilidade

A divulgação de que empresários estariam bancando uma campanha anti-PT por meio de mensagens de WhatsApp fez com que o PT, partido do candidato à Presidência Fernando Haddad, pedisse que a PGE (Procuradoria-Geral Eleitoral) abra uma investigação sobre o caso. 

Bolsonaro, por sua vez, disse que não pode ser responsabilizado pela suposta atuação de empresários que o apoiam.

"Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência. Pode ser gente até ligada à esquerda que diz que está comigo para tentar complicar a minha vida me denunciando por abuso de poder econômico", afirmou.

UOL