"O estado do Amazonas fez as vezes de um plano de saúde particular que foi utilizado em benefício exclusivo de um seleto grupo de pessoas!". A denúncia é do procurador da República Thiago Corrêa. Conforme o Ministério Público, de 2012 a 2016, R$ 4,5 milhões foram aplicados pelo governo do atual senador Omar Azis para pagar tratamentos no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
"O estado do Amazonas fez as vezes de um plano de saúde particular que foi utilizado em benefício exclusivo de um seleto grupo de pessoas!". A denúncia é do procurador da República Thiago Corrêa. Conforme o Ministério Público, de 2012 a 2016, R$ 4,5 milhões foram aplicados pelo governo do atual senador Omar Azis para pagar tratamentos no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Dentre os beneficiados, o ex-prefeito de Santa Isabel do Rio Negro, Mariolino Siqueira; o colunista social Alex Deneriaz, falecido há três anos; o desembargador Domingos Chalub Pereira; o corregedor Lafayette Vieira. Enquanto isso, consta no documento apresentado ao Fantástico, o procedimento padrão para o cidadão amazonense é chegar a hospitais às 3h da madrugada para marcar consultas.
Ainda de acordo com a denúncia, o orçamento do governo para o hospital público Codajás foi, em fevereiro de 2013, R$ 250 mil. Só a conta do ex-prefeito no Sírio Libanês teria chegado a R$ 280 mil. Mariolino Siqueira cumpre prisão domiciliar por suspeita de corrupção.
O tratamento de Maria da Graça Vieira, mãe do corregedor-geral Lafayette Carneiro Vieira Júnior, custou R$ 130 mil, em julho de 2015 - segundo o MP. Sobrinho da desembargadora Graça Figueiredo, Fabiano Figueiredo foi beneficiado com R$ 345 mil - de fevereiro de 2013 a março de 2014. Os custos do colunista social Alex Deneriaz teriam chegado a R$ 785 mil. Em abril de 2015, o governo investiu R$ 650 mil no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas.
O ex-secretário estadual da Saúde, Pedro Elias, defendeu que recebia ordens da Casa Civil para os pagamentos. O ex-secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim, e o secretário executivo da pasta nas duas gestões, José Duarte, também foram citados na ação pública do MP, e preferiram não se manifestar.
O ex-prefeito Mariolino Siqueira contou ao Fantástico que não sabia que o pagamento era irregular. A família de Alex Deneriaz afirmou que não sabia como o colunista pagou o tratamento. Já o desembargador Lafayette Carneiro negou que as despesas de familiares dele no Sírio Libanês tenham sido pagas pelo estado. Em nota, o Sírio Libanês atestou ter enviado todas as informações solicitadas ao Ministério Público. A Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas também informou estar colaborando com as investigações.