Eu sou uma singularidade e ao mesmo tempo uma chusma de pessoas. Votei e fui candidato nos 141 municípios do Estado, disputei todas as prefeituras e concorri as cadeiras disponíveis em todos as Câmaras de Vereadores.
Também participei da eleição suplementar para o Senado.
Eu sou uma singularidade e ao mesmo tempo uma chusma de pessoas. Votei e fui candidato nos 141 municípios do Estado, disputei todas as prefeituras e concorri as cadeiras disponíveis em todos as Câmaras de Vereadores.
Também participei da eleição suplementar para o Senado.
Assim sou eu, um ser único, mas revestido do dom da onipresença. Sou eu aqueles 12.436 candidatos que concorreram, no dia 15 de novembro do ano passado, as vagas de prefeito, vice-prefeito e vereador nos 141municípios de Mato Grosso. Sim, também sou aqueles 11 candidatos ao senado e seus 22 suplentes.
Durante a campanha eleitoral repeti velhas práticas com roupagem nova. Visitei comunidades, abracei eleitores, coloquei criança no colo, participei de aglomerantes reuniões, realizei caminhadas e carreatas.
No dia da votação, percorri sessões eleitorais, cumprimentei eleitores, pedi votos e distribui colinhas. Quando a Justiça Eleitoral divulgou o resultado, uma porção minha se recolheu decepcionada, derrotada. Mas eu venci e corri para o abraço.
A festada vitória é o apogeu de uma batalha triunfal, que é sempre mais animada quando os amigos, cabos eleitorais e apoiadores estratégicos se aglomeram para comemorar o feito. Sendo único e também milhares de pessoas ao mesmo tempo, tenho outra característica: sou polimórfico.
Minha essência é composta por elementos ideológicos de direita, centro e esquerda com uma porção de anarquismo. Sendo essa pluralidade de personalidades, acredito desacreditando que o novo coronavírus tenha de fato esse poder letal proclamado na Globo e em outros veículos de comunicação de orientação ‘comunista’.
Minha porção de direita entende que a tal Covid-19 seja apenas um instrumento político manipulado pelos globalistas para controlar o mundo pela indução ao medo. As tétricas imagens que a imprensa exibe de mortos Mato Grosso afora são truques de edição.
O cabalístico número de 200 mil mortos pelacovid-19 no Brasil, que a TV Globo anuncia com grandiloquência, é exagero, sensacionalismo.
Em oposição à crença na inofensividade do coronavírus, parte de meu intelecto produz lampejos de sensatez e repete um aviso presente nos manuais de estratégia militar: “subestimar um inimigo é o primeiro passo para ser derrotado por ele”.
Chego, então, a conclusão óbvia: ignorei – ou seria ignoramos? - a força mortífera do coronavírus e acabei por potencializar sua disseminação por onde andei. Não tomei os cuidados necessários e fiz vista grossa as regras de prevenção. Claro! disseminei a covid-19 e, por ação culposa, sou responsável por dezenas das mortes que se sucederam ao pleito eleitoral.
Para aliviar minha/nossa consciência, imploro: que venha logo a vacina contra a Covid-19 para frear a escalada de contágios e acabar com o morticínio que se alastra pelo País e nos enche de tristeza, luto, dor e sofrimento.
Edésio Adorno é advogado em MT e escreve exclusivamente nesta coluna toda sexta-feira. E-mail: edesioadorno@gmail.com?