A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estimou que o país, que responde por cerca de 40% das exportações globais de frango, poderia ter exportado mais 200 mil toneladas de carne de frango e de porco neste ano se não fosse o impacto da operação Carne Fraca, deflagrada em março.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estimou que o país, que responde por cerca de 40% das exportações globais de frango, poderia ter exportado mais 200 mil toneladas de carne de frango e de porco neste ano se não fosse o impacto da operação Carne Fraca, deflagrada em março.
A avaliação, divulgada nesta quarta pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), indica que o Brasil deverá encerrar 2017 com exportações de 4,320 milhões de toneladas, recuo de mais de 1% ante o recorde de 2016, obtendo receita de US$ 7,2 bilhões (alta anual de 6%).
"Os equívocos nas generalizações na divulgação da Operação Carne Fraca deixaram, de imediato, marcas profundas no setor produtivo, seja junto ao público brasileiro ou aos mercados internacionais", analisou o presidente da ABPA, Francisco Turra, em nota.
A ABPA afirmou ainda que a produção brasileira de carne de frango deverá totalizar 13,056 milhões de toneladas em 2017, aumento de 1,2% sobre o volume produzido pelo país em 2016.
Com este desempenho, o consumo per capita deverá encerrar o ano em 42 quilos, uma elevação de 1,8% em relação ao ano passado.
Projeções para 2018
Para 2018, a produção de carne de frango deverá superar em 2% a 4% o total produzido em 2017, em um ambiente de retomada econômica e expectativa de manutenção dos custos de produção em patamares próximos dos atuais, diante de uma boa oferta de soja e milho.
A estimativa da associação é que o Brasil poderá elevar as exportações de frango entre 1% e 3% na comparação com 2017.
O setor espera recuperação dos níveis de embarques para a União Europeia, de importantes mercados do Oriente Médio e da China. Além disso, aguarda abertura dos mercados de Taiwan, El Salvador e República Dominicana.
A ABPA afirmou que os efeitos da vitória no painel da Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a Indonésia só serão vistos em 2019, mas podem começar a ser sentidos em 2018.
A associação comentou também que o setor fará nova tentativa de negociação para a abertura do mercado da Nigéria, antes de solicitar ao governo brasileiro o início das consultas para um painel na OMC.
Segundo a ABPA, o Brasil está estruturando sua defesa em relação às investigações chinesas sobre práticas de dumping no setor.
"O setor defende que não há qualquer nexo causal entre as exportações brasileiras ou a eventual situação mercadológica local que leve a esta interpretação. O setor e as indústrias estão mobilizados para clarificar quaisquer questionamentos."
Originalmente da Reuters