Em caso de vitória do PT nas eleições o país deve rumar gradualmente para um cenário Argentina pós 2002, e, dependendo da fúria petista uma Venezuela em alguns anos. Na melhor das hipóteses, mais uma década perdida.
Por Guilherme G. Villani
Em caso de vitória do PT nas eleições o país deve rumar gradualmente para um cenário Argentina pós 2002, e, dependendo da fúria petista uma Venezuela em alguns anos. Na melhor das hipóteses, mais uma década perdida.
Por Guilherme G. Villani
Você emprestaria seu dinheiro para alguém muito endividado, com muitos filhos esbanjadores, e que nos últimos 5 anos sobreviveu de empréstimos em empréstimos?
Acredito que não.
Pois bem, esta é a situação do Brasil hoje. Os filhos esbanjadores são a classe política e o judiciário, os mais caros do mundo, e um poder executivo corrupto e incompetente.


Nos últimos 5 anos o país vem tendo déficit. O custo de rolagem da dívida aumentou, pois a cada dia que passa temos que pagar mais juros para rolar uma dívida que já chega a 80% do PIB. É tipo entrar no empréstimo consignado, depois entrar no cheque especial e no final estar na mão de agiotas.


Ainda tem um pouco de comida da despensa. Esta seria as Reservas Cambiais.
No dia que o mundo decidir que não faz mais sentido emprestar para o Brasil, o país terá que fazer algumas escolhas. Ou corta gastos severamente e readquire credibilidade ou parte para uma solução mágica.
Agora imagina que o chefe desta casa é alguém que não admite cortar gastos supérfluos e que não corta a mesada das crianças esbanjadoras pois elas fazem birra. Pior, este chefe de família peita os credores e não admite honrar os empréstimos.
Este poderá ser o poder executivo nas mãos do PT com um congresso fisiológico.
Em um primeiro momento eles tentarão mais do mesmo. Colocar a culpa nos bancos, rentistas e aumentar impostos. Como as empresas e pessoas não tem mais condições de pagar mais impostos eles atacarão a despensa, a última reserva.
Antes de zerar a despensa, o chefe da família decide comprar uma impressora para criar dinheiro escondido. No começo até acreditam que é dinheiro, mas depois todos entendem que tem apenas valor de papel reciclado o que não compra nem papel higiênico.
A inflação começa a ser a bóia de salvação do governo, que finge que paga em dia e o povo pauperiza paulatinamente, dia após dia.

Pronto. Migramos de Brasil para uma situação Argentina e depois para o drama Venezuelano.
Qual outro cenário menos drástico? A nova década perdida.
Matias Spektor, da FGV resume:
“Para o próximo governo só existem despesas obrigatórias. Todos os números mostram sinais avançados de paralisação da máquina pública. O risco de “shutdown” no ano que vem é real.
Evitar esse desfecho, no melhor dos cenários, depende da redução drástica de gastos obrigatórios e do aumento das receitas. No pior dos cenários, o Brasil segue o caminho da Argentina com a desvalorização da moeda e a volta da inflação.
Assim, o próximo governo, seja quem for o candidato vitorioso, será obrigado a produzir perdedores em grande escala. Ocorre que regras do jogo da democracia brasileira são desenhadas para inviabilizar cortes dessa natureza.
O país é o império dos grupos de interesse, que conseguem capturar o Executivo, o Congresso Nacional e o Judiciário com grande eficácia.
Isso significa que, no Brasil, todo governo reformista avança devagar, fazendo recuos constantes e comprando a anuência dos setores organizados da sociedade a peso de ouro.
Mesmo quando o presidente goza de taxas estratosféricas de popularidade e de uma economia em expansão acelerada, esse tipo de batalha tem taxas de êxito muito reduzidas.
É urgente que analistas de mercado e observadores da política considerem a possibilidade de termos pela frente mais uma década perdida.”
Pois bem. Quem em sã consciência acredita que com uma vitória do PT haverá otimismo na economia? Quem em sã consciência vai investir, vai tomar risco para empreender, gerar emprego e renda com o governo do PT no poder?
Bastou chegar perto desta hipótese para a confiança ruir.

Estamos no fio da navalha. Qualquer quebra da confiança retomada após o impedimento de Dilma Rousseff acarretará em queda da arrecadação e agravamento da crise fiscal. Nesse caso, voltaremos para um cenário pré-1964: i) inflação acelerada; ii) paralisação do crescimento; iii) crise cambial; e iv) crise de motivação.
Agravado por um cenário de grave radicalização ideológica e o crime organizado desafiando as autoridades.
Se der PT nestas eleições, se preparem. E não comprem ilusões, comprem ativos de países sérios. Porque este aqui tomou a pior decisão possível, a da perda total.
FONTE:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/matiasspektor/2018/09/mercado-financeiro-compra-uma-ilusao-de-novo.shtml