26/02/2017 às 03h19
Ciência: Projétil explosivo poderá desviar rota de asteroide fatal
Pesquisadores buscam maneira de evitar impacto que levaria ao fim da vida na Terra; para especialistas, chance de desastre é de um a cada 60 milhões de anos
Tecnologia
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Pesquisadores buscam maneira de evitar impacto que levaria ao fim da vida na Terra; para especialistas, chance de desastre é de um a cada 60 milhões de anos
Em intervalos entre 50 milhões e 60 milhões de anos, a Terra pode estar na rota de um grande asteroide, com capacidade para acabar com a vida do planeta. O último dessa proporção se chocou com o planeta há 65 milhões de anos e extinguiu os dinossauros. Por isso, os cientistas consideram que o próximo já estaria “atrasado” e se preocupam em encontrar maneiras de contê-lo antes do choque que pode ser fatal. Em dezembro do ano passado, o assunto foi discutido em um evento em São Francisco, nos Estados Unidos.
Na época, os cientistas não sabiam qual estratégia poderia ser usada para barrar o caminho do possível visitante indesejado. “No momento, não há nenhuma tecnologia em meio a um monte de coisas que pudesse ser utilizada”, disse Joseph Nuth, do centro espacial Goddard, da Nasa, à agência de notícias Efe.
No início deste mês, porém, um estudo do Instituto de Estudos do Espaço (IEE) apontou um caminho: lançar um projétil cinético (com carga explosiva) para desviar a órbita. A pesquisa foi publicada pela revista “The Astrophysical Journal”.
Os pesquisadores esclarecem que a composição, a estrutura interna, a densidade e outras propriedades físicas do asteroide são fundamentais para determinar o sucesso da estratégia proposta.
O estudo foi baseado nas características do asteroide Chelyabinsk, que entrou na órbita da Terra em 2013 e explodiu no céu da Rússia, criando uma chuva de meteoritos. Ele foi escolhido por ser considerado representativo dos materiais formativos da maioria de asteroides potencialmente perigosos para a Terra.
De acordo com os pesquisadores, o Chelyabinsk pertence a uma classe chamada de “condrito ordinário”. Esses asteroides sofreram grande quantidade de colisões antes de alcançar a Terra e, por isso, os minerais que os compõem aparecem misturados e aumentam sua consistência.
No congresso realizado em dezembro nos Estados Unidos, os cientistas destacaram o pouco conhecimento disponível sobre a composição dos asteroides. “Nós não temos muitos dados sobre como é o interior de asteroides e cometas. Apenas podemos supor, baseando no que sabemos sobre física, rochas e gelo”, afirmou Cathy Plesko, cientista do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Além dos norte-americanos, especialistas europeus que participam do projeto Asteroid Impact Mission (Missão de Impacto de Asteroides, em tradução livre), da Agência Espacial Europeia, integraram a equipe de pesquisadores do IEE.
Foguete. Outra sugestão dos cientistas é que a Nasa construa um foguete para ser usado e caso de emergência. Esse foguete poderia levar explosivos potentes para destruir o asteroide ou desviar sua rota. Fala-se até mesmo de carregá-lo com bombas atômicas, mas há o risco de estilhaços radioativos caírem sobre a Terra. A forma ideal para carregar o grande volume de carga explosiva e a velocidade necessária para calcular a trajetória do foguete pesam contra a adoção do método.
Números
65 milhões de anos foi quando o último asteróide destruidor se chocou com a Terra