08/02/2017 às 19h10
Cientistas indianos ganham autorização para tentar ressurreição de humanos
Vinte pacientes que já tiveram suas mortes cerebrais confirmadas serão as primeiras cobaias do plano ambicioso
Saúde
Ressurreição ainda é inédita para a ciência (Foto: Reprodução)
Matéria divulgada em 17/08/2016
Vinte pacientes que já tiveram suas mortes cerebrais confirmadas serão as primeiras cobaias do plano ambicioso.
Se você é fã de livros, filmes ou seriados de fantasia ou de terror, por exemplo, já está acostumado com a ideia de uma pessoa morta retornar ao mundo dos vivos. Mas, na vida real, a história é diferente e não há nenhuma comprovação ou registro científico de alguém que tenha morrido e voltado a viver.
Na Índia, os médicos do Hospital Anupam, que fica na cidade de Rudrapur, e cientistas das organizações Bioquark e Revita Life Sciences querem ser os pioneiros em trazer mortos de volta à vida. Já autorizados pelo Institutional Review Board, órgão internacional que regula e aprova testes em humanos, os testes para tentar ressuscitar humanos começarão em breve, ainda no primeiro semestre de 2016.
Mas é importante pontuar o tipo de ressurreição que está em jogo nestes testes. Os médicos e pesquisadores não abrirão caixões ou geladeiras de necrotérios e gritarão: “levanta-te e anda!”. A ideia dos cientistas é reverter a morte cerebral já confirmada por exames clínicos e eletroencefalograma de 20 pacientes. “Estamos muito animados com a aprovação do nosso protocolo. Com a convergência de disciplinas de biologia regenerativa, neurociência e ressuscitação clínica, estamos prontos para mergulhar numa área do conhecimento científico que era inacessível com as tecnologias atuais”, disse Ira Pastor, diretor-executivo da organização Bioquark.
A morte cerebral é considerada o ponto final da vida. Ainda que o corpo de uma pessoa que tenha sofrido morte cerebral possa executar diversas funções vitais, como circulação sanguínea, digestão de alimentos e, até mesmo, gestação de um feto, o dano cerebral é irreversível e representa a perda da consciência do ser humano. Portanto, depois de constatada a morte cerebral, a pessoa passa a viver no que ficou popularmente conhecido como estado vegetativo.
Caso seja bem-sucedido, o experimento indiano abriria uma porta para a reversão da morte cerebral e, consequentemente, o retorno da consciência e da vida. “Vamos alcançar compreensões únicas sobre o estado da morte cerebral humana. Isso nos ajudará a desenvolver terapias para desordens de consciência severas, como o coma, o estado vegetativo e outras tantas doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer”, explicou Sergei Paylian, fundador da Bioquark.
Ainda de acordo com Paylian, os primeiros resultados devem ser divulgados a partir de abril de 2017.
Revista Galileu (Via Science Alert)
*Com supervisão de Nathan Fernandes
Matéria divulgada em 17/08/2016