Um esquema que desviou R$ 2,5 milhões dos cofres do Governo do Distrito Federal, em 2010, foi desvendado na madrugada desta quarta-feira (18/10). As polícias Civil de Goiás e do Distrito Federal investigam um subsecretário e um ex-presidente do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP/DF), que teriam desviado o dinheiro de um suposto projeto para a capacitação de jovens para o mercado de trabalho. À época, o GDF estava sob o comando de Rogério Rosso (PSD), hoje deputado federal.
Um esquema que desviou R$ 2,5 milhões dos cofres do Governo do Distrito Federal, em 2010, foi desvendado na madrugada desta quarta-feira (18/10). As polícias Civil de Goiás e do Distrito Federal investigam um subsecretário e um ex-presidente do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP/DF), que teriam desviado o dinheiro de um suposto projeto para a capacitação de jovens para o mercado de trabalho. À época, o GDF estava sob o comando de Rogério Rosso (PSD), hoje deputado federal.
Naquele ano, Rosso havia sido nomeado governador tampão da capital federal. Até o momento, ninguém foi preso. As duas polícias cumpriram sete mandados de busca e apreensão, um deles em Goiânia e dois em Luziânia, município goiano distante cerca de 53km do Plano Piloto. Os policiais encontraram, além de dinheiro, uma pistola 380 em posse de um dos suspeitos.
Investigadores de Goiás e do DF descobriram que um convênio firmado entre o FAP/DF e o Instituto de Estudos e Projetos de Interesse Social (IEPIS) escondia um esquema de desvio de dinheiro público para três empresas privadas. Segundo a Polícia Civil, o objetivo do investimento sequer foi cumprido. Os R$ 2,5 milhões desviados, inclusive, sumiram das contas em que foram desviados menos de um mês após o pagamento.
Ao Correio, o deputado Rogério Rosso demonstrou surpresa ao saber das investigações. "Não estava sabendo, mas apoio qualquer ação feita pela polícia. Nosso governo foi pautado na ética e transparência. Se houve alguma ilicitude, espero que os responsáveis tenham a oportunidade de se defender e esclarecer os fatos". afirmou. Sobre o subsecretário investigado, Rosso alegou que sequer sabe quem é. "Os secretários e subsecretários têm total autonomia dos seus atos. Se fizeram, de fato algo ilegal, devem responder por isso sem menor dúvida."
Pelas redes
Para desvendar o caso, as duas polícias utilizaram as redes sociais para ligar os pontos do esquema supostamente ilegal. Por causa de uma foto postada na internet, onde dois dos investigados aparecem em frente ao estádio Camp Nou, em Barcelona, a operação recebeu o nome de Campo Novo. Eles teriam, segundo a Polícia Civil, usado dinheiro ilegal na viagem à Europa.
Os agentes investigam, ao menos, 10 pessoas. Elas devem responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, falsidade ideológica e dispensa indevida de licitação. Segundo o delegado-chefe da Divisão Especial de Repressão ao Crime (Deco), Luiz Henrique Sampaio, a investigação ocorre há quatro meses. "Fizemos oitiva de buscas nessa investigação, mas ainda não há elementos para prender os suspeitos", alegou.