Dois anos depois dos atentados terroristas que mataram 130 pessoas em Paris, incluindo o ataque ao teatro Bataclan, as autoridades francesas mantêm 13 suspeitos presos, mas ainda procuram outros envolvidos.
Dois anos depois dos atentados terroristas que mataram 130 pessoas em Paris, incluindo o ataque ao teatro Bataclan, as autoridades francesas mantêm 13 suspeitos presos, mas ainda procuram outros envolvidos.
O chefe da procuradoria antiterrorismo da França, François Molins, recordou - em entrevista divulgada na sexta-feira (10) - que as autoridades identificaram 13 suspeitos de envolvimento nos ataques de 13 de novembro de 2015, na sequência dos quais também morreram 13 terroristas.
Destes 13 suspeitos, cinco estão detidos na Bélgica, um na Turquia e seis na França, incluindo Salah Abdeslam, o único sobrevivente do comando que organizou e realizou os atentados, nos quais, além das 130 pessoas que foram assassinadas, mais de 400 ficaram feridos.
"Os juízes esperam fechar a instrução na primavera de 2019. (...) Fomos confrontados com uma célula terrorista de uma amplitude inédita", declarou François Molins à France Info, referindo que se trata de um processo "tentacular" com mais de 28 mil testemunhos verbais.
Para o procurador, a derrota do grupo jihadista Estado Islâmico na Síria e no Iraque traz pontos positivos para as investigações, já que os ex-combatentes detidos nas zonas de conflito constituem fontes de informação adicionais.
ATAQUES
Os atentados terroristas de 13 de novembro, em Paris e nos arredores, começaram perto das 21h20 (horário local) quando um homem-bomba foi impedido de entrar no Stade de France, em Saint-Denis. O Presidente francês na época, François Hollande, era uma das cerca de 80 mil pessoas dentro do estádio assistindo a um encontro entre as seleções francesa e alemã.
Quando foi parado pela segurança, o terrorista explodiu a bomba (com pregos e rolamentos de aço), matando uma pessoa. A explosão foi audível, mas o jogo continuou.
Às 21h25, um grupo de terroristas armados lançou uma série de ataques a locais noturnos movimentados na capital.
O primeiro foi o bar Le Carillon, na rua Alibert. Um atirador disparou contra os clientes com espingardas automáticas de assalto AK-47, seguindo depois para o restaurante Le Petit Cambodge, na rua Bichat. Este ataque fez 15 mortos em poucos minutos, bem como dezenas de feridos.
Minutos depois, às 21h30, um segundo homem-bomba atacou o Stade de France, detonando o cinturão de explosivos perto de outra entrada, mas sem causar vítimas. O jogo continuou, mas Hollande foi retirado do estádio.
Os terroristas - agora já a bordo de um Seat Leon preto - dispararam em movimento contra os restaurantes na Rua de la Fontaine au Roi, perto das 21h32. Cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas no restaurante italiano La Casa Nostra, no Café Bonne Bière, e numa lavanderia.
Os atiradores atacaram em seguida o La Belle Équipe, um restaurante na Rua de Charonne, já perto das 21h36. O local estava lotado de clientes e os terroristas mataram ali 19 pessoas, ferindo com gravidade outros nove.
Às 21h40, no Boulevard Voltaire, a poucos quarteirões do La Belle Équipe, um homem-bomba detonou os seus explosivos à entrada do café Comptoir Voltaire, ferindo uma pessoa.
Ao mesmo tempo, na outra ponta do Boulevard Voltaire, acontecia o ataque mais mortífero da noite: na sala de espetáculos Bataclan.
A banda norte-americana Eagles of Death Metal estava se apresentando para cerca de 1.500 pessoas quando três atiradores entraram no local e dispararam sobre o público, entre gritos de "Alahu akbar" ("Deus é grande" em árabe). Os terroristas ocuparam o local durante duas horas, matando reféns indiscriminadamente.
Perto das 00h20, as forças especiais francesas entraram no edifício: dois dos terroristas detonaram os coletes de explosivos e o terceiro explodiu com o impacto das balas da polícia. No final, pelo menos 89 pessoas morreram no Bataclan.
Enquanto isso, os 80 mil espectadores do Stade de France continuavam assistindo ao jogo, muitos deles já conscientes dos ataques no exterior. Às 21h53, um terceiro homem-bomba detonou uma outra bomba à porta de um McDonald's perto do estádio.
O jogo terminou perto das 23h00, com a vitória de França por 2-0. A organização tinha decidido que o jogo continuasse até final para evitar o pânico entre a multidão. A organização deixou as pessoas sair em perto das 23h30.
Originalmente da Agência Lusa.