O deputado conservador do
Parlamento inglês Michael Fabricant ganhou as manchetes hoje no Reino Unido
após ser acusado de publicar um tweet islamofóbico sobre o prefeito de Londres,
Sadiq Khan.
Fabricant postou uma montagem mostrando
um porco inflável com o rosto de Khan em posição sexual com outro porco. Logo
que surgiram as críticas, ele apagou o post rapidamente e fez um pedido de
desculpas.
O deputado conservador do
Parlamento inglês Michael Fabricant ganhou as manchetes hoje no Reino Unido
após ser acusado de publicar um tweet islamofóbico sobre o prefeito de Londres,
Sadiq Khan.
Fabricant postou uma montagem mostrando
um porco inflável com o rosto de Khan em posição sexual com outro porco. Logo
que surgiram as críticas, ele apagou o post rapidamente e fez um pedido de
desculpas.
A imagem seria uma crítica a Khan,
um muçulmano, que emitiu a permissão para que manifestantes colocassem um balão
com o desenho de um “bebê Trump de fraldas”, voando sobre Londres durante a
visita do presidente dos EUA.
O canal público Channel 4 News procurou
o deputado para falar sobre o assunto na quarta (11). Ele respondeu à emissora:
“Não sou contra o balão. O que sou contra é a hipocrisia disso tudo: as pessoas
ficam realmente tensas sobre Donald Trump, mas não parecem se importar com o
presidente Xi da China, que mantém dezenas de milhares de pessoas em campos de
trabalho político”.
No enquadramento da emissora,
durante a entrevista, o parlamentar estava em seu gabinete, tendo ao fundo uma
bandeira antiga da África do Sul. A bandeira não é totalmente visível nas imagens
divulgadas pelo Channel 4 News, mas a semelhança é óbvia.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_da_África_do_Sul#/media/File:Flag_of_South_Africa_(1928–1994).svg
O desenho é formado por três
faixas (laranja, branco e azul) tendo ao centro a bandeira do Reino Unido e os
emblemas da República da África do Sul e do Estado Livre de Orange.
A África do Sul usou esta
bandeira entre 1928 e 1994, período em que o país mantinha a política do
apartheid, que forçava brancos e negros a viverem completamente separados. Em
1994 ela foi substituída pela atual bandeira multicolorida que representa o
país até hoje.
No início deste ano, a Fundação
Nelson Mandela pediu que a bandeira antiga fosse banida da exibição pública
depois de se tornar uma característica de manifestações de fazendeiros brancos
no país.
A fundação disse: “Essas
exibições comprovadamente compõem a dor experimentada por milhões de negros
sul-africanos que sofreram sob o apartheid e continuam a lutar sob seu legado”.
O site de “fact check” do Channel
4 News tuitou uma pergunta sobre a bandeira na sexta-feira (13), que acabou
sendo retuitada mais de 1.500 vezes.
A resposta do deputado é que ele
tinha algumas bandeiras de lugares onde esteve a trabalho nos anos 1980,
incluindo uma antiga da União Soviética. “Mas eu não sou comunista nem apoiador
do apartheid”, escreveu.
Durante muitos anos Fabricant
trabalhou para a estatal South African Broadcasting Corporation.
O que seria uma pergunta de rede
social do “fact check” do Channel 4 News gerou o interesse do site Business
Insider.
http://www.businessinsider.com/conservative-mp-in-islamophobia-row-pictured-with-apartheid-era-south-africa-flag-in-his-office-2018-7
Eles o questionaram, entre outras
coisas, se ele não se arrependia de ter trabalhado para o que era um braço do
estado do apartheid na África do Sul. A resposta do parlamentar foi: “Há tantas
coisas das quais todos podemos nos arrepender em retrospectiva… Mas, na
verdade, não fiz negócios na África do Sul. Eu não gostava do que estava
acontecendo”.
Apesar de suas explicações,
Lubricant está sendo chamado de “racista” e “apoiador do apartheid”, com a
imagem da bandeira em seu escritório repercutindo inclusive na África do Sul.
O que seria uma entrevista sobre
um tuíte polêmico acabou se transformando em um questionamento de um site de
que deveria “checar fatos”.
Aparentemente, isso seria
desnecessário, uma vez que o deputado admitiu ter feito a publicação. Mas a
agência do canal público acabou sendo usada contra um deputado aliado da
primeira-ministra para reforçar as acusações de racismo após um tuite infeliz.
https://www.thesouthafrican.com/michael-fabricant-apartheid-flag-display/
Curiosamente, a ideia de um balão
com o rosto de Sadiq Khan no corpo de um porco foi “aprovada” por ele mesmo.
Dois dias antes da chegada do presidente Donald Trump, ao ser entrevistado pelo
jornalista Piers Morgan do programa “Good Morning Britain”, o prefeito foi
questionado por que havia permitido o balão do “bebê Trump” sobrevoar a cidade.
Em meio ao seu argumento, lembrou que havia sido feita uma petição com milhares
de assinaturas.
Quando Morgan questionou se o
prefeito aprovaria um balão com seu rosto em um porco e milhares de pessoas
fizessem uma petição, Khan disse que sim, pois defendia a democracia e isso
seria uma manifestação democrática, como foi o balão de Trump.
Fonte:
https://www.channel4.com/news/factcheck/factcheck-michael-fabricants-apartheid-flag
https://www.youtube.com/watch?v=yBhN3LxQi5k