O eleitor cuiabano escolhe neste domingo (29) o prefeito dos próximos quatro anos e, por consequência, ajuda a redefinir o equilíbrio de forças políticas em Mato Grosso. Capital e maior colégio eleitoral do estado, Cuiabá é decisiva no tabuleiro do poder mato-grossense e tanto uma possível reeleição de Emanuel Pinheiro (MDB) como uma hipotética vitória de Abílio Júnior (PODE) serão cruciais para começar a construir os rumos para 2022: ano que estarão em disputa Governo do Estado, uma única vaga ao Senado e as cadeiras de deputados estaduais e federais.
O eleitor cuiabano escolhe neste domingo (29) o prefeito dos próximos quatro anos e, por consequência, ajuda a redefinir o equilíbrio de forças políticas em Mato Grosso. Capital e maior colégio eleitoral do estado, Cuiabá é decisiva no tabuleiro do poder mato-grossense e tanto uma possível reeleição de Emanuel Pinheiro (MDB) como uma hipotética vitória de Abílio Júnior (PODE) serão cruciais para começar a construir os rumos para 2022: ano que estarão em disputa Governo do Estado, uma única vaga ao Senado e as cadeiras de deputados estaduais e federais.
O que muda na vida política de Emanuel Pinheiro e Abílio Júnior após o resultado das urnas deste domingo? A resposta dessa pergunta vai além do cargo que está em jogo. Por um lado, quem parece ter mais a perder ou ganhar com essa disputa é o atual prefeito, Emanuel Pinheiro, político experiente e que coleciona cargos públicos e eletivos por mais de 30 anos. O ex-deputado enfrenta o vereador Abílio nas urnas, mas tem como maior adversário político o governador Mauro Mendes (DEM), de quem já foi aliado no passado.
Uma suposta vitória de Pinheiro garantiria musculatura política para tentar liderar um projeto de oposição ao governo democrata em 2022. O caminho, no entanto, não está “limpo”. Seu partido, o MDB, é base da atual gestão, com cargos no governo e bancada alinhada ao Paiaguás nas votações da Assembleia Legislativa. Ainda que não lidere o projeto oposicionista, Emanuel, se reeleito neste domingo, manterá condições de buscar ao menos garantir a reeleição do filho, deputado federal Emanuelzinho (PTB).
Neste ano, em uma ousada estratégia política, o prefeito de Cuiabá lançou o filho candidato à Prefeitura de Várzea Grande. Se ambos ganhassem, o grupo teria o controle das duas maiores cidades do Estado. A tática incomodou até mesmo aliados e, no último dia 15, Emanuelzinho saiu derrotado das urnas e Emanuel ficou em segundo lugar no primeiro turno da capital. Um possível fracasso neste segundo turno seria devastador ao grupo e marcaria a história: desde a redemocratização, todos os prefeitos que disputaram a reeleição saíram vitoriosos em Cuiabá.
E mesmo que ganhe a reeleição, Emanuel terá outros desafios para manter a governabilidade a partir de primeiro de janeiro, em comparação com o mandato atual que se encerra no final de dezembro. A votação de 15 de novembro também redesenhou a Câmara Municipal de Cuiabá. Dos 25 eleitos, 14 deverão ser oposição a uma eventual nova gestão emedebista. Essa renovação foi muito puxada pelo fenômeno político incorporado por Abílio Júnior. Vereador de primeiro mandato e ex-aliado de Pinheiro, o candidato do Podemos soube polarizar com o atual prefeito e explorar o desgaste político causado pela delação do ex-governador Silvar Barbosa. Se eleito, passa de político inexperiente ao status de maior autoridade da capital.
Vereador cassado pelos pares e devolvido ao cargo por decisão da Justiça, Abílio chegou ao segundo turno com pouco tempo de TV e enfrentando além do atual prefeito, forças políticas como a do ex-prefeito Roberto França (PATRI), apoiado pelo governador Mauro Mendes (DEM), e a suplente de deputada federal Gisela Simona (PROS). Após o dia 15 de novembro, ganhou apoio de Mendes, de Simona e de França. Governador, a primeira-dama e secretários de Estado entraram na campanha de Abílio mais para tirar Emanuel Pinheiro do poder do que por afinidade com o projeto político encarnado pelo parlamentar oposicionista. O vereador, aliás, declara que não fez compromissos com Mauro Mendes para caso vença a eleição. Abílio sustenta que sequer tem conversas freqüentes com o democrata.
Mesmo que não vença a disputa, Abílio não terá muito do que reclamar. Ficará sem cargo eletivo após quatro anos de Câmara, mas deixa o Legislativo municipal com capital político suficiente para fazer uma campanha competitiva para deputado estadual ou até mesmo federal. Para a imprensa, o governador negou que tenha conversado com Abílio sobre futuro político e uma possível indicação a algum cargo. Se vencer, Abílio deve se cercar de nomes como Gisela Simona e Marcelo Bussiki (DEM), além dos já aliados Felipe Wellaton, colega de chapa, e o vereador Diego Guimarães, ambos do Cidadania.
Emanuel saiu à reeleição com a maior coligação entre os concorrentes, mas não ganhou mais adesões significativas neste segundo turno, apesar das sinalizações tímidas do deputado estadual Eduardo Botelho, do Democratas, partido de Mauro Mendes. Se conseguir continuar no poder, poderá dar espaço para aliados que ficaram pelo caminho na disputa pela Câmara, como Misael Galvão, Luis Cláudio e Toninho de Souza. Emanuel não se comprometeu em colocá-los como secretários, mas deixou em aberto a possibilidade de eles participarem da gestão em caso de vitória.
O que vale é o resultado final. A votação deve ser finalizada às 17h deste domingo e a expectativa é de que o resultado seja anunciado por volta das 20h pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). O prefeito eleito hoje tomará posse em 1º de janeiro de 2021.