Sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), uma equipe da Revista Época/Jornal O Globo entrou em uma aldeia do povo Kamayurá, no alto do rio Xingu no estado do Mato Grosso, com objetivo de buscar informações sobre a filha adotiva da Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Sustenta-se que o objetivo da equipe faz parte de uma tentativa de colocar a Ministra do Governo Bolsonaro, no centro de novas polêmicas sobre o salvamento de crianças indígenas do infanticídio.
Sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), uma equipe da Revista Época/Jornal O Globo entrou em uma aldeia do povo Kamayurá, no alto do rio Xingu no estado do Mato Grosso, com objetivo de buscar informações sobre a filha adotiva da Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Sustenta-se que o objetivo da equipe faz parte de uma tentativa de colocar a Ministra do Governo Bolsonaro, no centro de novas polêmicas sobre o salvamento de crianças indígenas do infanticídio.
Por meio de uma denúncia feita pela liderança indígena Ysani Kalapalu por seu Instagram pessoal, iniciamos uma investigação sobre o caso e destacamos aqui alguns excessos por parte do Grupo Globo.
Em reportagem divulgada nesta sexta-feira (25), dia sobre a tragédia em Brumadinho (MG), o jornal já havia falado sobre os gostos musicais da filha adotiva da ministra, Lulu Kamaiurá, que nasceu no Parque do Xingu e é indígena desta aldeia.
O objetivo da equipe era falar com a mãe biológica de Lulu Kamayurá e com outros indígenas conhecidos de dela. segundo as informações,a repórter Natália Portinari que não conhece o idioma, os costumes e as características do povo Kamaiurá, teria criado uma grande “confusão” dentro da aldeia, pois quando a mãe biológica e os irmãos de Lulu, viram a repórter entrevistando indígenas sobre este caso, chegaram a pensar que Lulu havia morrido.
Por meio de um contato sem autorização da FUNAI, desrespeitando a cultura dos índios, a equipe causou constrangimento irreparável aos familiares de Lulu.
A situação foi esclarecida, mas causou furor entre o povo Kamaiurá, pois os indígenas descobriram que a repórter do jornal O Globo e da Revista Época teria “ludibriado” o cacique para ingressar, de forma irregular na aldeia, já que não foi explicado corretamente o objetivo da reportagem, tampouco que a intenção seria atingir a Ministra do Governo Bolsonaro, com intervenções suspeitas.
Pelas redes sociais, Ysani Kalapalo, liderança indígena, disse que a comunidade ficou com medo da presença da equipe na aldeia.
“A gente ficou sem entender porque ela foi lá. Até que pessoal não aceitou mais a presença da jornalista lá que procurava saber da vida de Lulu. Foi muito estranho isso”, disse.
Ysani lembrou que a Ministra Damares salvou diversas crianças que seriam mortas, lembrando o caso Hakani que virou Filme de sucesso no Brasil.
Mesmo que o povo Kamaiurá não seja uma tribo considerada isolada, mas sem as orientações da Funai, a equipe de reportagem colocou em risco a comunidade e também se colocou em risco, pois essa equipe de O Globo não conseguiu transmitir com clareza a informação sobre suas verdadeiras intenções com relação a uma indígena daquele povo. E, obtivemos informações de que diversos indígenas daquela tribo não conseguiram entender o objetivo da reportagem e tampouco o teor das perguntas da repórter, prevalecendo, neste caso, o etnocentrismo.
Segundo a denunciante Ysani Kalapo, a equipe buscava alternativas para macular a imagem da Ministra Damares Alves.
Algumas das razões que a FUNAI autoriza ou impede visitas às aldeias estão associadas a questões de cultura; invasão cultural; privacidade; e a possibilidade, hipotética, de um visitante levar uma simples gripe ou qualquer outra doença para a aldeia e causar uma epidemia.
OUTRO LADO
A reportagem do Marreta Urgente entrou em contato com a sucursal da revista época/o Globo em Brasília e conversou com o editor Vinicius Sassine, na intenção de buscar maiores informações sobre o ocorrido, por telefone Vinicius limitou-se a dizer que a matéria não foi publicada e não estaria falando sobre o assunto. Expressou “a gente não dá entrevistas a gente faz entrevistas”.
Em contato via telefone e por WhatsApp com a repórter Natália Portinari, não obtivemos retorno, apesar de constatar que as mensagens foram visualizadas.
Assista ao Vídeo: