A delegada Ana Cristina Feldner, que será uma das responsáveis pela condução das investigações que apuram o esquema de escutas ilegais operado em Mato Grosso, disse não temer qualquer tipo de pressão que venha a sofrer em razão de estar à frente do inquérito.
A delegada Ana Cristina Feldner, que será uma das responsáveis pela condução das investigações que apuram o esquema de escutas ilegais operado em Mato Grosso, disse não temer qualquer tipo de pressão que venha a sofrer em razão de estar à frente do inquérito.
Além de Ana Cristina, o delegado Fabiano Pitoscia também será responsável pela investigação conduzida no Tribunal de Justiça (TJ-MT) e que irá apurar a conduta de policiais suspeitos de participar do esquema de interceptações telefônicas clandestinas.
“A gente sabe que é um caso muito complexo, onde haverá muitas pressões. Não me intimida nenhum tipo de pressão, faz parte do meu trabalho como delegada. Quando você escolhe ser delegado de polícia, você já tem que saber que vai lhe dar com situações estressantes. E não se pode deixar intimidar e nem mudar nosso rumo do trabalho”, disse Ana Cristina.
“É com naturalidade que vejo tudo isso. As pressões, alguma tentativa de intimidação, se acontecerem, não surtirão o efeito, porque fazem parte do trabalho na investigação”, afirmou.
As declarações foram dadas pela delegada na manhã desta segunda-feira (31), em entrevista à Rádio Capital FM.
A delegada disse também não temer eventuais ingerências por parte da Secretaria de Segurança Pública ou de quaisquer membros do Governo do Estado.
“O cargo de secretário de Segurança Pública é político. Faço parte de uma instituição, que é a Polícia Judiciária Civil, onde temos os princípios da hierarquia e da disciplina. Então, seria difícil fazer um trabalho sem ter a concordância da indicação pela diretoria. Mas, temer alguma uma represália que supostamente possa existir ou não de algum cargo político, eu não temo. Quero acreditar, primeiramente, que todos os políticos envolvidos querem toda a investigação apurada a fundo, querem que a verdade seja esclarecida. Acredito nisso, a priori”, disse.
“Num segundo momento, caso exista [represália], é aquilo que eu disse: faz parte do nosso trabalho. São trabalhos complexos, que podem incomodar, mas faz parte da vida de um delegado de polícia. Então eu não temo”, afirmou.
Indicação e investigação
Ainda durante a entrevista, a delegada afirmou que sua indicação foi avalizada pela diretoria da Polícia Civil.
“Não conversei com o secretário de Segurança [Rogers Jarbas] a respeito da indicação. Não fui convocada por ele para qualquer tipo de conversa. Mas sei que a indicação teve aval da diretoria, a diretoria avalizou e encaminhou. Não é uma indicação feita à revelia da Polícia Civil”, afirmou.
“O que pretendo fazer é ser bastante técnica, porque não tem o que se discutir em cima da lei, em cima do que alguém fez ou deixou de fazer alguma coisa. Você, trabalhando com tranquilidade, com consciência e com a técnica, não tem como dar errado. Com certeza, você vai chegar a um resultado”, disse.
A delegada Ana Cristina afirmou também que, ainda nesta segunda, deverá se reunir com o delegado Flavio Stringueta, que conduziu o início das investigações, mas que se afastou dos trabalhos em função de um grave problema de saúde.
“O caso estava nas mãos de um excelente delegado, Flávio Stringueta, com o qual eu já tive a honra de trabalhar. Vamos nos reunir hoje, ele vai me passar até onde ele foi na investigação e a partir daí e eu o colega Fabiano Pitoscia poderemos alinhar os próximos passos da investigação”, concluiu a delegada.