As discussões para revitalização da região do Largo do Rosário, popularmente conhecida como Ilha da Banana, localizada no Centro de Cuiabá, avançaram um pouco mais na tarde desta quarta-feira (20-12) com realização de audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT). A sessão foi solicitada pelo vereador Dilemário Alencar e apoiada pelo secretário de Estado das Cidades e deputado licenciado, Wilson Santos, que coordena o projeto para a implantação no local de uma praça histórico-cultural.
As discussões para revitalização da região do Largo do Rosário, popularmente conhecida como Ilha da Banana, localizada no Centro de Cuiabá, avançaram um pouco mais na tarde desta quarta-feira (20-12) com realização de audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT). A sessão foi solicitada pelo vereador Dilemário Alencar e apoiada pelo secretário de Estado das Cidades e deputado licenciado, Wilson Santos, que coordena o projeto para a implantação no local de uma praça histórico-cultural.
Esta foi a terceira reunião para ouvir sugestão da população quanto à nova edificação no Largo do Rosário. Atualmente o projeto em questão encontra-se em fase inicial de concepção. “Estamos dando continuidade aos debates com a sociedade. Não há mais espaço atualmente para fazer obras com a população de costa. É preciso dialogar e ouvir e saber o que a sociedade quer que se faça com seu dinheiro.
Ali (Largo do Rosário), no encontro da avenida Coronel Escolástico e a Prainha (Tenente Coronel Duarte) é uma área espetacular, que considero um marco zero de Cuiabá, onde estavam edificados 15 imóveis. Hoje estamos terminando as negociações para retirada dos cinco últimos imóveis que restam e logo esta área estará pronta para receber essa nova edificação”, pontou o secretário Wilson Santos.
O vereador Dilemário Alencar, que solicitou a audiência pública, ressaltou que a Câmara dos Vereadores de Cuiabá acompanha o processo de desocupação da região do Largo do Rosário, e também a elaboração do projeto para construção no espaço de uma praça. “Pedimos essa audiência para ouvir a sociedade cuiabana, as entidades e também dar algumas dicas e sugestões.
Isso porque, nós queremos que a obra efetivamente aconteça porque essa era uma obra que deveria ter ficado pronta na época da Copa do Mundo de 2014 e ainda nada de obra efetivamente ocorreu naquele espaço, que hoje está servindo para o consumo de drogas, assaltos e moradia de meliantes. Por isso, considero essa audiência importante, mesmo já encerrando o ano de 2017, até porque há uma indicação do secretário Wilson Santos que a obra vai acontecer em 2018”, destacou.
O projeto
A superintendente de Projetos da Secretaria de Estado das Cidades, Lúcia Flávia Milani, abriu as explicações dizendo que o projeto de revitalização do Largo do Rosário está em fase preliminar, ou seja, de conceito. Atualmente existe um projeto básico elaborado em 2012 em virtude da obra de implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Mato Grosso e que agora vai ganhar adaptações para atender os anseios da população cuiabana.
Segundo ela, o espaço conta com 10 mil metros quadrados no entorno da igreja do Rosário e São Benedito e vai se tornar uma grande área de convivência e divulgação da cultura cuiabana. “Sua revitalização trará a integração com o Centro Histórico de Cuiabá e o Morro da Luz e o local poderá ser usado para promoção de eventos culturais, histórico e religiosos”, esclareceu.
O arquiteto e assessor técnico de Projetos da Secid, André Bento, esmiuçou a planta básica da praça existente hoje e pontuou que a intenção com a nova edificação é manter a identidade do Centro Histórico e dar uma visibilidade positiva e segura ao local. “Esse é um projeto inicial, um conceito oferecido pelo Consórcio VLT na época como uma compensação para implantação do modal.
Trata-se de uma praça contemplando cinco patamares, com alguns equipamentos, não só contemplação, mas também todo um projeto paisagístico para resgatar a memória daquela região”, relatou.
Entre os itens propostos para o espaço estão a construção de um monumento alusivo à história do local, o resgate da bica da Prainha (existente no início do século XX na região do Largo do Rosário, entre a igreja e o Morro da Luz), o tradicional “Caminho Para Goiás”, bem como pontos mais arquitetônicos como acessibilidade, sanitários, lanchonetes, entre outros, já previstos no projeto básico.
Sugestões
O articulador cultural Wilson Carlos Fuah, que esteve presente na audiência, deu a sugestão ao projeto e ressaltou que sua família morou por muitos anos na região da avenida Coronel Escolástico e a Igreja do Rosário e São Benedito, e ele mesmo viveu sua infância nessa localidade de Cuiabá. “Historicamente eu sugeriria a instalação de um monumento histórico no ponto onde existe o triângulo natural entre o início da Coronel Escolástico, a igreja do Rosário e o antigo Palácio das Águias.
Até porque Cuiabá não tem monumentos”, ressaltou ele, lembrando a lenda da “Alavanca de Ouro”, alusiva à fase de áurea do garimpo na região do Largo do Rosário e Prainha, ressaltando que esse tipo de memória local merecia ser revivida.
A moradora de Cuiabá Suzana Maria da Glória também participou da sessão e elencou recomendações ao projeto, tendo como ponto principal a construção de banheiros em locais de fácil acesso. “Outro ponto são as rampas de acessibilidade. Porque já vi no Centro de Cuiabá cadeirantes subirem a rampa e não conseguirem fazer a curva por falta de espaço. Por isso, peço que os arquitetos desse projeto se atentem a isso”, cobrou ela.
A audiência contou ainda com a presença de parlamentares, representantes de entidades de pessoas com deficiência e de movimentos que defendem os cidadãos em situação de rua.
Largo do Rosário
A região do Largo do Rosário contava até o início deste ano com 15 edificações, que serão demolidas para construção da praça histórico-cultural. Até agora, dez desses imóveis já foram removidos e outros cinco permanecem no local por força de ações judiciais. Segundo o secretário Wilson Santos, após um processo de negociação com os proprietários realizado por uma comissão formada por membros da Secid e da Procuradoria Geral do Estado (PGE-MT), já foi possível um acordo com dois desses cinco moradores e seus imóveis serão demolidos em breve.
Referente aos outros três, um deles a Justiça concedeu ao proprietário um aditivo no valor no seu imóvel, porém deu ao Estado o direito de desapropriar a área independente do aceite do morador. Os outros dois restantes ainda têm pendências, porém um deles caminha para a negociação.
O serviço de demolição das edificações na Coronel Escolástico teve início em junho e ficou a cargo da empresa cuiabana Material Forte Incorporadora Ldta, vencedora do pregão eletrônico de registro de preços realizado pela Secretaria de Estado de Gestão (Seges-MT), em março deste ano. Os trabalhos já encontram-se 75% executados.