O ataque sincronizado das cinco maiores empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs, à liberdade de expressão e à privacidade, bandeiras originais dessas empresas, provocou uma verdadeira migração massiva de usuários das plataformas tradicionais para as alternativas, como Parler, Signal, Wickr Me e Telegram, sem falar nas experimentais como Conservative Core, Patria Book, entre outras.
O ataque sincronizado das cinco maiores empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs, à liberdade de expressão e à privacidade, bandeiras originais dessas empresas, provocou uma verdadeira migração massiva de usuários das plataformas tradicionais para as alternativas, como Parler, Signal, Wickr Me e Telegram, sem falar nas experimentais como Conservative Core, Patria Book, entre outras.
Enquanto as Big Techs rompem e declaram guerra contra as leis de mercado tradicionais, impondo aos seus clientes como devem pensar e estabelecendo punições a quem pensar diferente, o CEO do Parler já havia percebido o crescimento de um segmento conservador que vinha acumulando insatisfações com as plataformas tradicionais. Prometendo voz livre a conservadores, porém, o Parler sofreu um duro golpe de suas poderosas concorrentes ao ser excluído da venda pela Apple, Google e Amazon, quase que simultaneamente.
Juntas, as Big Techs são as cinco maiores empresas do mundo. Segundo o jornal Dextra, elas correspondem a quatro países do G20 juntos, em termos de valor de mercado, sendo três vezes o PIB do Brasil. Se essas empresas fossem um país, estaria no 18º lugar entre os países mais ricos do mundo. Combinadas, elas valem mais de 6 trilhões de dólares. Mas isso é pouco perto do estrago que podem fazer em termos de política, comportamento e engenharia social.
O poder político acumulado sobre a comunicação no mundo não tem precedentes. Nenhum regime totalitário alcançou um tal poder sobre as vozes de seus cidadãos, de maneira que possam ser excluídos e totalmente marginalizados, com contas bancárias suspensas, etc, bastando que contrariem as suas “políticas da comunidade”. Ou seja, as Big Techs têm o poder de fazer qualquer cidadãos desaparecer do mundo virtual, o que significa, em nossos dias, ter a vida completamente destruída. Afinal, quase tudo hoje é feito de forma digital e cada vez mais atividades ficam exclusivamente no mundo virtual.
O poder das Big Techs em dinheiro.
Essas empresas detém praticamente todo o conhecimento da humanidade em sua “nuvem”. Se quisessem, mandariam o mundo para a Idade Média em 30 segundos, apenas desabilitando seus Data Centers espalhados pelo mundo. A articulação entre elas é, portanto, uma das maiores ameaças às democracias por estarem nas mãos de bilionários cujos compromissos já foram assumidos com a poderosa elite globalista.
O poder dessa elite sobre as Big Techs funciona a partir da sua combinação com o poder que têm sobre os meios tradicionais de comunicação, grandes empresas de jornais e TVs pelo mundo, além das agências de notícias. Graças a essa articulação, foi possível que o bloqueio do perfil do Twitter do presidente dos Estados Unidos não fosse recebido como um ato de censura, mas um sinal de que o presidente, “afinal, desta vez foi longe demais”. Isso porque a articulação entre essas duas forças, grande mídia global e Big Tech, arbitrada por parte dos seus financiadores globalistas, inclui a limitação das vozes e da informação por meios que não sofrem os filtros do jornalismo tradicional. Globalistas precisam atender aos interesses de ambos para manter o seu poder sobre eles.
O Facebook, Google e Twitter dominaram por mais de 10 anos o ambiente de debate político mundial, oferecendo uma possibilidade que antes era mais limitada. Antes dessa abertura, a grande mídia, o establishment jornalístico detinha muito mais poder de definição das prioridades e interesses. Hoje, com as redes sociais, as possibilidades de formação e encontro de grupos que pensam de maneira semelhante, ampliou-se imensamente. Tornando seus serviços indispensáveis para a vida democrática, essas empresas enriqueceram. Mas indo com muita cede ao pote, ameaçam sucumbir feridos pelo monstro que criaram: a liberdade de expressão alcançada pela massa de cidadãos comuns.
A sociedade tomou posse do seu destino político com as redes sociais. Até mesmo a criação de novas plataformas já não é monopólio dos grandes, mas pode ser feito de maneira independente. As vozes dissidentes das Big Techs vem sendo chamadas de conservadoras. De fato, os conservadores têm sido os primeiros a se rebelarem contra este sistema. Mas a coisa é mais ampla ainda quando se percebe que uma imensa parcela da população que obteve a chance de dizer o que pensa começa a ficar profundamente insatisfeita e decepcionada com os meios nos quais aprendeu sobre política e como agir para defender o que acredita.
A revolução mundial das elites contra o cidadão comum pode ocasionar um levante bem menos esperado do que foi o advento da participação política conservadora nas redes sociais. As plataformas alternativas estão em uma fase inicial de testes de usuários. Saber qual delas irá prosperar e passar nestes testes iniciais nos dirá muito sobre os meios que a sociedade terá para resistir ao poder deste novo Império Romano, bem mais cruel e infinitamente mais poderoso.