Em um comunicado oficial distribuído na manhã de ontem, o Facebook anunciou ter removido 196 páginas e 87 perfis ligados a notícias falsas. São, muitas delas, pertencentes ao Movimento Brasil Livre. Também foi atingida a do Brasil 200, grupo organizado pelo empresário e ex-presidenciável Flávio Rocha, do PRB.
Segundo a empresa, o conjunto foi excluído por ter violado as regras de identidade da rede social. Fingir ser outra pessoa, manter muitos perfis, compartilhar sua conta com alguém ou adotar uma persona falsa estão entre motivos, existentes nas regras, que podem levar à exclusão.
Em um comunicado oficial distribuído na manhã de ontem, o Facebook anunciou ter removido 196 páginas e 87 perfis ligados a notícias falsas. São, muitas delas, pertencentes ao Movimento Brasil Livre. Também foi atingida a do Brasil 200, grupo organizado pelo empresário e ex-presidenciável Flávio Rocha, do PRB.
Segundo a empresa, o conjunto foi excluído por ter violado as regras de identidade da rede social. Fingir ser outra pessoa, manter muitos perfis, compartilhar sua conta com alguém ou adotar uma persona falsa estão entre motivos, existentes nas regras, que podem levar à exclusão.
A repercussão foi imediata. “O Facebook desativou páginas de alcance nacional as quais, somando meio milhão de seguidores, entre informar e divulgar ideias liberais e conservadoras também exerciam o importante papel de denunciar as ‘fake news’ da grande mídia”, fez publicar o MBL no Twitter. “O Facebook tem sido alvo de atenção por conta do viés ideológico da empresa, manifestado ao perseguir e inventar alegações esdrúxulas contra grupos e líderes de direita ao redor do mundo.” Flávio Rocha também usou o Twitter. “Uma violência! A que pretexto? Conclamo a bancada do Brasil 200 no Congresso a tomar posição sobre essa arbitrariedade. Nem no tempo da ditadura se verificava tamanho absurdo.”
Um procurador de Goiás pediu à empresa, em caráter de urgência, que se explique a respeito da remoção. Ailton Benedito, do Ministério Público Federal, que já investiga o Facebook há quase um ano por aquilo que ele considera censura. “As normas que regulam a internet no Brasil atuam com vistas à liberdade de expressão”, afirmou.
A política do Facebook para lidar com fake news tem muitas nuances e deixa muitos confusos. Mas a rede social não exclui ninguém por divulgar o que é falso. Neste exato momento, nos EUA, há um imenso debate a respeito do site Infowars, ligado à extrema-direita. Numa transmissão de vídeo feita na segunda, seu editor, Alex Jones, acusou de pedófilo Robert Mueller, procurador especial que investiga o envolvimento da Rússia na campanha de 2016. Afirmou, também, que Mueller protege uma rede de pedofilia.
A informação é patentemente falsa. Jones e seu site têm, no conjunto, 2,5 milhões de seguidores no Facebook e acusações infundadas com teorias conspiratórias políticas são sua matéria prima. Há pressão para que a rede o exclua, mas, por enquanto, a política da empresa tem sido de apenas não permitir que circulem seus posts comprovadamente falsos. Jones, afinal, usa sua identidade real e não turbina a distribuição do que fala com perfis falsos.
Nelson de Sá: “A derrubada coincidiu com uma entrevista coletiva de executivos da plataforma, inclusive Diego Bassante, gerente de Política e Governo do Facebook na América Latina, para tratar das ações contra a ‘desinformação’ nas campanhas do México, do Brasil e dos próprios EUA. Antes do pleito mexicano de 1º de julho, relatou Bassante: ‘Derrubamos dezenas de milhares de likes falsos das páginas dos candidatos. Também derrubamos páginas, grupos e contas falsas que violavam nossos Padrões da Comunidade.
E dezenas de contas que se passavam por candidatos.’ Já havia sido assim na eleição francesa, no ano passado, com supressão de usuários por atacado. Quando se vê na reta final, diante do risco de repetir o fiasco da eleição americana de 2016, a opção é por contra-ataque em larga escala, deixando de lado aqueles de caráter cosmético. Talvez o maior problema, como se observa nas duas recentes intervenções no Brasil, é que a plataforma acaba atuando de forma mais indiscriminada do que é capaz de reconhecer — e, principalmente, corrigir. Sem editores, sem se aceitar como mídia, o Facebook não tem Erramos.”
Enquanto isso… Um estudo do DAPP, da Fundação Getúlio Vargas, identificou um alto percentual de robôs no Twitter político. De um universo pesquisado entre 22 de junho e 23 de julho, 22,17% dos tuítes ligados à candidatura Lula; 21,96% ligados à de Bolsonaro; e 16,18% não alinhados aos polos tradicionais são realizados por programas e não pessoas.
E por falar… A Justiça Eleitoral ordenou ao ator Alexandre Frota, filiado ao PSL de Jair Bolsonaro, que retirasse do Facebook um post. Frota havia dito que um candidato ao Senado de Brasília havia pedido a prisão de Sérgio Moro. Notícia falsa — que os TREs começam a investigar.