As Forças Armados do Brasil estão extremamente desconfortáveis com a falta de um posicionamento claro do governo Lula, frente à decisão do ditador venezuelano, Nicolás Maduro em anexar parte do território da Guiana, contrastando com a atenção do presidente aos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Eles enfatizam que a situação na Guiana é a única capaz de trazer riscos diretos ao Brasil.
As Forças Armados do Brasil estão extremamente desconfortáveis com a falta de um posicionamento claro do governo Lula, frente à decisão do ditador venezuelano, Nicolás Maduro em anexar parte do território da Guiana, contrastando com a atenção do presidente aos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Eles enfatizam que a situação na Guiana é a única capaz de trazer riscos diretos ao Brasil.
Lula, ao abordar o assunto, pediu “bom senso” dos dois países sul-americanos, sem mencionar especificamente Maduro ou o referendo, mantendo uma postura de neutralidade. Ele planeja visitar a Guiana em 2024 para participar da cúpula do Caricom (Mercado Comum e Comunidade do Caribe), com o objetivo de discutir democracia e financiamento.
A união de Lula com o ditador Maduro é antiga. Em maio, durante uma visita de Maduro ao Brasil, Lula chegou a minimizar as críticas ao regime ditatorial na Venezuela, referindo-se a elas apenas sendo meras “narrativas”.
A indecisão política do governo Lula quanto ao aumento das tensões na região, impulsionado pelo referendo venezuelano, preocupa os militares, que veem isso como um obstáculo para formular estratégias de segurança na fronteira. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) está acompanhando a situação por meio do PPIF (Programa de Proteção Integrada de Fronteiras) e já decidiu não permitir o deslocamento de tropas venezuelanas pelo Brasil.
Presidente Lula já se reuniu com o chanceler Mauro Vieira e Celso Amorim, e tem um encontro agendado com o José Múcio (Defesa). Múcio disse que a decisão sobre o tratamento do conflito será tomada em conjunto com o Itamaraty, enfatizando a sua responsabilidade em garantir a soberania brasileira.
Maduro anunciou no domingo (3.dez.2023) que os venezuelanos votaram a favor da anexação de 74% do território da Guiana no referendo, com mais de 95% de aprovação. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, garantiu que a diplomacia é a primeira linha de defesa do país e que trabalha para manter as fronteiras intactas, contando com apoio internacional.