O Fantástico veiculou, neste domingo (14), a bombástica matéria sobre as escutas telefônicas patrocinadas pelo governo do estado.
O dominical entrevistou várias pessoas, entre elas a deputada Janaina Riva, o jornalista José Marcondes Muvuca e o advogado José do Patrocínio, revelando um dos maiores escândalos dos últimos tempos, onde o próprio governador teria determinado à Polícia Militar que fizesse grampo ilegal em várias pessoas.
O Fantástico veiculou, neste domingo (14), a bombástica matéria sobre as escutas telefônicas patrocinadas pelo governo do estado.
O dominical entrevistou várias pessoas, entre elas a deputada Janaina Riva, o jornalista José Marcondes Muvuca e o advogado José do Patrocínio, revelando um dos maiores escândalos dos últimos tempos, onde o próprio governador teria determinado à Polícia Militar que fizesse grampo ilegal em várias pessoas.
No esquema, a PM pedia a quebra do sigilo telefônico de criminosos, só que no meio dessa lista foram inseridos nomes de pessoas que não tinham relação com o crime. Nela estavam advogados, médicos, funcionários públicos, e um jornalista. "Esse tipo de gravação telefônica clandestina de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida no mundo da espionagem como 'barriga de aluguel'.
Na matéria o promotor Mauro Zaques aparece explicando como funcionava. "A pessoa quer interceptar um advogado, quer interceptar um político, ele pega um pedido num inquérito policial e coloca lá traficante fulano de tal, mas ao invés de inserir o número desse traficante, insere o número da autoridade, ou da pessoa que ele quer interceptar. Não tem como investigar todos esses números, o juiz não tem como checar todos esses números na hora que ele dá sua decisão", explica. De acordo com o Fantástico, o promotor protocolou a denúncia que recebeu anonimamente.
O Fantástico monstrou o advogado José Patrocínio, como uma das vítimas do grampo, e foi até ele. "Possivelmente foi por conta de retaliações, ou por buscar informações que tenham a ver com clientes meu na área eleitoral", disse patrocínio.
A deputada Janaina Riva (PMDB), foi colocada no esquema do governo com o codinome "Janair". Ela, por sua vez respondeu ao repórter que já suspeitava disso. "Eu fui vítima de alguns ataques através das redes sociais". A reportagem diz que ela ficou surpresa quando leu o relatório da investigação. "Entre esses criminosos de alta periculosidade que vem se destacando podemos citar vulgo Janair", dizia o texto.
"Está se perdendo tempo ouvindo políticos, deputado, ao invés de ouvir o estuprador lá do bairro o homicida", diz a deputada.
Outro que foi grampeado foi o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Na matéria o repórter faz um teste para ver se o número do telefone que consta na investigação é do Muvuca, e quando toca aparece a chamada, confirmando que seu número foi realmente interceptado.
O repórter pergunta porque acha que ele sofreu essa escuta. "Pelo tipo de forças políticas que enfrentamos no estado", responde.
A matéria ainda citou que uma mulher que tinha relacionamento amoroso com o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, acabou sendo alvo das escutas ilegais. No entanto, Paulo Taques, que deixou o cargo na última quinta-feira, negou ter dado a ordem para que houvesse o grampo ilegal.
O advogado também disse que sua saída não teve relação com o "Fantástico". Ele explicou que a decisão já havia sido tomada.
O presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos, e o procurador Geral de Justiça, Mauro Curvo, também negaram que as instituições tivessem participado do esquema. Já a Polícia Militar esclareceu que o caso vem sendo investigado.
Ao final, a reportagem mostra que a Procuradoria Geral da República investiga se o governador tinha conhecimento dos grampos ilegais.
Com originalmente do site Muvuca Popular