Sexta, sábado e domingo são os dias da semana em que aumenta, consideravelmente, o registro no "disque-Covid" da prefeitura de Cuiabá. Maioria dos casos são de aglomerações sem limites, embora estejam expressamente proibidas, por decreto municipal, para evitar contágio do coronavírus. Só que muita gente não respeita.
Sexta, sábado e domingo são os dias da semana em que aumenta, consideravelmente, o registro no "disque-Covid" da prefeitura de Cuiabá. Maioria dos casos são de aglomerações sem limites, embora estejam expressamente proibidas, por decreto municipal, para evitar contágio do coronavírus. Só que muita gente não respeita.
O telefone é o 3616-9614 e funciona 24h, basta ligar e, se houver equipe disponível, já que a demanda é grande, o atendimento será imediato. Recebe também outras chamadas, para reclamar de barulho fora de hora, ou seja, poluição sonora, por exemplo, mas desde 23 de março do ano passado a Covid tem dominado. Prestes a completar um ano, o serviço está à disposição, nesta segunda onda da doença, com ascensão do número de doentes e mortos.
A maioria das denúncias, de acordo com o secretário municipal de Ordem Pública, coronel Leovaldo Sales, são de festas familiares em condomínios. Apesar de não serem tão grandes assim, costumam juntar gente em ambientes limitados. E a regra diz que a lotação não pode ser de mais de 70% do ambiente.
Outro motivo de reclamação, todo final de semana, são aglomerações em bares e conveniências. Esses casos envolvem principalmente gente jovem, na balada, ignorando riscos de contágio, inclusive sem máscaras.
Boates, por exemplo, e ambiente fechados são mais difíceis de serem flagrados, de acordo com o secretário. A não ser que alguém lá de dentro deles vaze informações, como fotos e vídeos, da lotação. Dia 24 de dezembro do ano passado, pleno Natal, a casa de festas Garden Restaurante foi interditada, por risco iminente à saúde pública. Infração considerada gravíssima e respaldada pelo art. 760, inciso III, da Lei Complementar 004/92, e também por poluição sonora, com medição de 78,5 decibéis, considerada infração grave, respaldada pelo artigos 1°, 5° e 7°, da Lei 3819/99.
O estabelecimento foi multado em R$ 60 mil por aglomeração, apresentando mais de 70% da capacidade de lotação do espaço preenchida. Além de multar - e a multa que pode variar de R$ 607 reais até valores maiores, dependendo do risco da ocorrência - fiscais têm poder de polícia e portanto podem também embargar e interditar o evento.
Devido ao constrangimento que a abordagem geral, ficais sentem-se no risco de serem agredidos. “Sempre foi difícil porque ninguém gosta de ser fiscalizado. Mas agora, como se trata da vida, tem sido o momento mais difícil”, afirma Kelly Barros, fiscal do Município há 15 anos. "Nas fiscalizações, é comum encontrar pessoas aglomeradas, sem máscaras de proteção, o que coloca os fiscais na lista de profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus e os expõem ao risco para proteger a vida das pessoas".
A resistência das pessoas quando são abordadas pelos fiscais ainda é grande, relata Kelly. Relata que ela e os colegas constantemente sofrem insultos e se deparam com pessoas que tentam dar a famosa “carteirada”. “Isso sempre ocorreu, desde antes da quarentena. A gente está preparado. A gente pensa primeiro na saúde da população, então, a gente conversa, orienta, sempre com cordialidade”.