O governo americano colocou requisitos mais duros do que esperava o Brasil para poupar o aço e o alumínio importados da barreira levantada pelo presidente Donald Trump. As regras para o recurso de empresas americanas contra as barreiras ao produto importado foram divulgadas nesta segunda-feira (19) pelo Departamento de Comércio dos EUA.
O governo americano colocou requisitos mais duros do que esperava o Brasil para poupar o aço e o alumínio importados da barreira levantada pelo presidente Donald Trump. As regras para o recurso de empresas americanas contra as barreiras ao produto importado foram divulgadas nesta segunda-feira (19) pelo Departamento de Comércio dos EUA.
No último dia 8, o presidente Donald Trump anunciou que o aço e o alumínio importados pagarão sobretaxa de 25% para entrar nos EUA. Foram poupados apenas os produtos fabricados no Canadá e no México.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA e vendeu, no ano passado, US$ 2,6 bilhões em produtos siderúrgicos aos EUA.
RECURSO
Ao levantar a barreira, Trump comunicou que empresas americanas poderiam recorrer da barreira. Pelas regras divulgadas nesta segunda, somente as empresas que consomem aço e alumínio em suas atividades poderão recorrer, como empresas de construção civil e indústrias.
Havia a expectativa no Brasil de que outros setores indiretamente afetados, como os produtores de carvão dos EUA, pudessem pedir a retirada do Brasil da barreira de Trump. O Brasil é o maior consumidor de carvão dos EUA e o produto é usado por siderúrgicas como combustível para a fabricação de aço. Empresários brasileiros esperavam usar a pressão dos carvoeiros a seu favor. Por este caminho, a possibilidade foi fechada.
Pelas regras, o empresário americano que solicitar a exclusão de importados da sobretaxa terá que especificar sua atividade nos EUA e, além disso, terá que justificar que a compra no exterior se deve à produção insuficiente ou de qualidade inferior à de similares americanos.
O pedido deve ser feito produto a produto, e somente o Departamento de Comércio pode avalizar a liberação para importação de uma quantidade superior ao solicitado pelos consumidores. Cada consumidor deve entregar seu pedido de exclusão. Essa é a janela aberta para recurso das empresas à barreira de Trump.
Em outra frente, mais política, representantes do governo brasileiro tentarão convencer a administração americana de poupar o Brasil da barreira comercial. O encontro ainda não tem data marcada. Um dos argumentos que serão levados é que os EUA não produzem todo o aço de que precisam, e 80% do produto vendido pelo Brasil é aço semiacabado, que ainda será industrializado nos EUA.
Outros temas de interesse dos americanos, como a entrada do etanol de milho e do trigo no mercado brasileiro, além da parceria entre a Embraer e Boeing serão levados à mesa.
Com informações da Folhapress.