Governo autorizou a empresa Âmbar, parte do grupo J&F
Investimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista, importar energia da Venezuela
e vendê-la ao Brasil. Este contrato com o Nicolás Maduro acarretará custos mais
altos para o fornecimento de energia ao estado de Roraima, que depende de
fontes térmicas e não está conectado ao sistema nacional de energia elétrica.
Governo autorizou a empresa Âmbar, parte do grupo J&F
Investimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista, importar energia da Venezuela
e vendê-la ao Brasil. Este contrato com o Nicolás Maduro acarretará custos mais
altos para o fornecimento de energia ao estado de Roraima, que depende de
fontes térmicas e não está conectado ao sistema nacional de energia elétrica.
De acordo com uma reportagem da Folha de S.Paulo desta
segunda-feira, 11, os custos para os consumidores de Roraima poderão variar
entre R$ 900 e R$ 1.080 por megawatt-hora (MWh), dependendo da quantidade
importada. Este valor excede significativamente o que foi pago pelo Brasil
entre 2001 e 2019, que variou entre US$ 26 e US$ 28 por MWh.
Todas as relações com a Venezuela foram interrompidas pelo
governo Jair Messias Bolsonaro (PL) antes do término do contrato, devido a
cortes frequentes de energia em Roraima e um grande apagão na Venezuela,
atribuído à falta de manutenção por parte do regime de Nicolás Maduro.
A reportagem da Folha também aponta que a Hidrelétrica Simón
Bolívar, conhecida como Guri, que fornecerá energia ao Brasil, prática preços
muito inferiores no mercado interno venezuelano. Enquanto isso, o site Global
Petrol Price revela que o custo para os consumidores residenciais na Venezuela
é de cerca de US$ 46 por MWh (R$ 226) e para as empresas, US$ 53 (R$ 260).
Já alguns especialistas do setor energético afirmam que o
preço oferecido pela Âmbar é compatível com uma usina térmica a óleo diesel, e
não com a energia de Guri. O governo Lula justifica o preço extremamente mais
elevado com um decreto que foi assinado em agosto, que considera o custo das
usinas térmicas mantidas pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) como
parâmetro para análise do preço da importação.
Além das preocupações com o custo, técnicos do setor temem
instabilidade no fornecimento de energia devido a possíveis problemas
operacionais e o contexto geopolítico delicado na região, especialmente com as
ameaças da Venezuela de invadir a Guiana.
A Âmbar defende a importação de energia como vantajosa e
ressalta seus benefícios ambientais por ser uma fonte renovável, em contraste
com as termelétricas. O Ministério de Minas e Energia (MME) reforça a ação
baseada no Decreto 11.629/2023 e na busca pela “maior modicidade tarifária,
conjugada com segurança energética”. A Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) não se pronunciou sobre o assunto.