Quem viu Lewis Hamilton vencendo o título da F-1 com duas corridas de antecipação mal pode imaginar que o inglês e a Mercedes passaram boa parte do ano chegando aos finais de semana de corrida sem saber muito bem como seria o rendimento do carro. E tendo de encontrar soluções para domar o que o próprio chefe Toto Wolff apelidou de diva.
Quem viu Lewis Hamilton vencendo o título da F-1 com duas corridas de antecipação mal pode imaginar que o inglês e a Mercedes passaram boa parte do ano chegando aos finais de semana de corrida sem saber muito bem como seria o rendimento do carro. E tendo de encontrar soluções para domar o que o próprio chefe Toto Wolff apelidou de diva.
Na primeira metade do ano, Hamilton teve dois "apagões", na Rússia e em Mônaco, corridas em que a Mercedes no geral enfrentou dificuldades, mas nas quais o inglês em particular sofreu mais que o companheiro Valtteri Bottas.
O motivo era a dificuldade de fazer com que o carro ficasse dentro da janela de temperatura em que os pneus funcionam da melhor forma, algo descrito como Wolff como "parte do DNA do carro". Na verdade, parte do sucesso da equipe nas últimas três temporadas tinha relação com a suspensão que conectava por um sistema hidráulico os eixos dianteiro e traseiro, tornando o comportamento do carro mais harmônico.
Essa possibilidade acabou, e o carro deste ano acabou apresentando um descompasso entre os dois eixos, além de outros fatores interferirem, como a maior distância entre eixos escolhida pela Mercedes e os pneus mais largos, adotados em 2017.
Assim, especialmente em pistas de asfalto liso, com pouco atrito, a Mercedes não conseguia gerar temperatura suficiente. Ou, em condições de mais calor, superaquecia os pneus. Para complicar, isso por vezes acontecia só no eixo traseiro, ou só no dianteiro.
De um lado, a Mercedes passou a desenvolver seu carro com o foco de diminuir essa imprevisibilidade. De outro, Hamilton e seus engenheiros encontraram configurações que controlavam o problema.
"Foi um grande ano porque é incrível trabalhar com engenheiros que querem ouvir tudo o que você tem para dizer. Eles sempre querem mais informação. Esses caras vêm de Harvard, Cambridge e Oxford. Então, eles têm um nível muito mais alto que nós pilotos, então não foi das coisas mais fáceis explicar o que estava sentindo no carro", explicou Hamilton.
"Tenho orgulho pelo carro não ser perfeito. Ainda que as pessoas tenham escrito que nós temos o melhor carro, não acredito nisso. Acho que tivemos a melhor equipe e fizemos um trabalho melhor. E quando parecia que não estávamos indo tão bem conseguimos resultados melhores do que esperávamos".
Originalmente da Folhapress.