Para o ministro Luís Roberto Barroso, há uma operação-abafa em curso com a tentativa de virar a punição após segunda instância.
“Daí o processo vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. Este sistema que só era capaz de punir meninos pobres com 100 gramas de maconha começou a punir, ainda que seletivamente, pessoas que se supunham impunes. O sistema penal criou um país de ricos delinquentes, que praticam corrupção sem nenhuma cerimônia e com índices mínimos de punição. Ninguém deve demonizar a política. Não queremos alternativas nem militares, nem tecnocratas nem uma polícia política. Do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamorizar o crime.”
Há outro julgamento importante por chegar. É o do último recurso do ex-governador tucano Eduardo Azeredo, no TJMG, a segunda instância.
O dele foi o primeiro Mensalão, desenvolvendo o método que seria utilizado anos depois no governo Lula. Azeredo utilizou-se de todos os métodos que a Justiça brasileira tem para evitar cumprir pena. Era deputado federal quando o STF pareceu se mover em direção a condená-lo, em fevereiro de 2014. Renunciou ao mandato, perdendo assim o foro especial e, portanto, trazendo o caso à estaca zero da primeira instância. Foi finalmente condenado em dezembro de 2015.
E teve a condenação confirmada, pelo TJ, em agosto do ano passado. Os últimos embargos serão avaliados no dia 24 próximo. Se a condenação for mantida, Azeredo será preso. Se, no entanto, os desembargadores mudarem de ideia — ele ficará livre.
O ex-governador completa 70 anos em setembro. A partir desta idade, o prazo para prescrição de crime cai de 20 para dez anos. Os crimes que cometeu, durante o mandato, foram até 1999.
Caso o STF reavalie a prisão após condenação de segunda instância, como requer a defesa do ex-presidente Lula, também Azeredo se verá livre.
Redação com Canal do Meio
Para o ministro Luís Roberto Barroso, há uma operação-abafa em curso com a tentativa de virar a punição após segunda instância.
“Daí o processo vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. Este sistema que só era capaz de punir meninos pobres com 100 gramas de maconha começou a punir, ainda que seletivamente, pessoas que se supunham impunes. O sistema penal criou um país de ricos delinquentes, que praticam corrupção sem nenhuma cerimônia e com índices mínimos de punição. Ninguém deve demonizar a política. Não queremos alternativas nem militares, nem tecnocratas nem uma polícia política. Do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamorizar o crime.”
Há outro julgamento importante por chegar. É o do último recurso do ex-governador tucano Eduardo Azeredo, no TJMG, a segunda instância.
O dele foi o primeiro Mensalão, desenvolvendo o método que seria utilizado anos depois no governo Lula. Azeredo utilizou-se de todos os métodos que a Justiça brasileira tem para evitar cumprir pena. Era deputado federal quando o STF pareceu se mover em direção a condená-lo, em fevereiro de 2014. Renunciou ao mandato, perdendo assim o foro especial e, portanto, trazendo o caso à estaca zero da primeira instância. Foi finalmente condenado em dezembro de 2015.
E teve a condenação confirmada, pelo TJ, em agosto do ano passado. Os últimos embargos serão avaliados no dia 24 próximo. Se a condenação for mantida, Azeredo será preso. Se, no entanto, os desembargadores mudarem de ideia — ele ficará livre.
O ex-governador completa 70 anos em setembro. A partir desta idade, o prazo para prescrição de crime cai de 20 para dez anos. Os crimes que cometeu, durante o mandato, foram até 1999.
Caso o STF reavalie a prisão após condenação de segunda instância, como requer a defesa do ex-presidente Lula, também Azeredo se verá livre.