O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT),
defendeu nesta segunda-feira (9), que a jornada semanal de trabalho seja
reduzida para quatro dias. No entendimento do chefe da pasta, a economia
brasileira suportaria a redução e o debate sobre o assunto precisa ser feito em
todos os setores da sociedade. O tema, entretanto, ainda não foi discutido com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT),
defendeu nesta segunda-feira (9), que a jornada semanal de trabalho seja
reduzida para quatro dias. No entendimento do chefe da pasta, a economia
brasileira suportaria a redução e o debate sobre o assunto precisa ser feito em
todos os setores da sociedade. O tema, entretanto, ainda não foi discutido com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para Luiz Marinho, esse é um tema que deve ser discutido
pela sociedade civil e pelo Congresso Nacional, a quem cabe legislar sobre
questões trabalhistas.
“Eu acredito que passou da hora de discutir. Não tratei
disso com o presidente Lula. É a minha opinião, não do governo. Mas tenho
certeza de que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a
sociedade reivindique que o Congresso analise a possibilidade de redução da
jornada de trabalho. Sem redução dos salários, evidentemente. Eu acho que a
economia brasileira suportaria”, declarou Luiz Marinho, em audiência na
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
"Há debates acontecendo, de experimentos em relação a se
pensar em três dias na semana, ou quatro dias na semana, se tem experiências
acontecendo em relação a esse debate [...]. Se tem um debate sobre as
tecnologias, a inteligência artificial, plataformas que temos, é necessário que
se pense a jornada", disse o ministro do Trabalho.
"Aliás, quando falamos em tecnologia, pensamos que ela
viria em benefício da sociedade, se trabalhar menos e o conhecimento ser
redistribuído. Mas observamos que ela [a tecnologia] é apropriada para o bolso
e para aumentar a exploração, é contraditório", completou Marinho.
Em maio de 2023, uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos
apontou que 34% dos trabalhadores brasileiros acreditam que as empresas do país
adotarão uma jornada de quatro dias de trabalho em 2023. Os dados são da
pesquisa Global Advisor, feita em 36 países.
O índice do Brasil ficou próximo da média global, que é de
37%. Já nos Emirados Árabes Unidos, 68% dos trabalhadores acreditam nesta
redução da jornada de trabalho. Na sequência estão a Índia (63%) e a Indonésia
(54%). Entre os países que menos acreditam na adoção de uma semana de 4 dias
úteis estão o Japão (15%), a Suécia (22%) e a Argentina (22%). Os dados globais
indicam que, apesar de relativamente difundido, o debate sobre a redução da
jornada de trabalho de cinco dias está longe de um consenso na maioria dos
países. A margem de erro da pesquisa para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais
para mais ou para menos.