08/12/2023 às 16h33

Lula dá sinais a aliados que pode romper politicamente com Maduro se Venezuela invadir Guiana

Presidente, segundo fontes, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de um confronto na região

Política

Lula dá sinais a aliados que pode romper politicamente com Maduro se Venezuela invadir Guiana

Lula disse a aliados que está cada vez mais decepcionado com Maduro, e sinalizou que pode romper politicamente com o ditador venezuelano caso se confirme a invasão da região guianense de Essequibo, que corresponde a 70% do território.

Em conversas reservadas, presidente brasileiro tem relembrado com saudosismo a amizade que tinha com o Hugo Chávez, morto em 2013, e dito que não mantém a mesma relação com o atual mandatário.

O presidente brasileiro, segundo fontes próximas, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de uma guerra na região e lamentou que Maduro tenha “explodido” o esforço brasileiro para normalizar as eleições do ano que vem na Venezuela e assim tirar o país do isolamento.

Se o ditador da Venezuela avançar com os seus planos bélicos na região da Guiana, o Brasil vai responder de forma dura.

O país, no entanto, ainda aposta na via da negociação. Na terça-feira, o chanceler Mauro Vieira conversou com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e na quarta-feira, Yvan Gil.

O Brasil conquistou o apoio do México. Alicia Bercena, secretaria de relações exteriores do México, afirmou que o seu país estava se “somando” à iniciativa de Lula para que a Celac “fomente o diálogo” entre os dois países “a fim de encontrar uma solução pacífica”.

Os recados diplomáticos brasileiros, são todos de reprimenda à Venezuela. Na declaração de ontem do Mercosul, o bloco criticou “atitudes unilaterais”, que, na visão do Brasil, até agora, foram tomadas apenas pela Venezuela.

O trecho do documento em que ambos os países são “estimulados ao diálogo” sendo assim não deve serem vistas como críticas ao Guiana, explicam diplomatas. Para o Brasil, os guianeses apenas buscaram apoio internacional ao recorrer aos Estados Unidos, embora o país veja com muita preocupação a presença militar americana na região.