Um estudo feito pela Fundação Abrinq, divulgado nesta terça-feira (25), traz dados alarmantes sobre a precariedade no Brasil: 40,2% da população de zero a 14 anos se encontra em situação de pobreza. Isso significa que 17,3 milhões de jovens são pobres no país.
São consideradas pobres as famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, ou seja, de no máximo R$ 394 por pessoa (utilizando como referência o salário mínimo em 2015, que era de R$ 788).
Um estudo feito pela Fundação Abrinq, divulgado nesta terça-feira (25), traz dados alarmantes sobre a precariedade no Brasil: 40,2% da população de zero a 14 anos se encontra em situação de pobreza. Isso significa que 17,3 milhões de jovens são pobres no país.
São consideradas pobres as famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, ou seja, de no máximo R$ 394 por pessoa (utilizando como referência o salário mínimo em 2015, que era de R$ 788).
O levantamento compara a situação da infância no Brasil com as metas assumidas pelo país nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).
O relatório aponta que as regiões Norte e Nordeste concentram os maiores índices de crianças e adolescentes em situação de pobreza, com 54% e 60,6% de jovens nessa condição, respectivamente. Percentuais menores aparecem nas regiões Sudeste (27,8%), Centro-Oeste (28,4%) e Sul (23,1%).
Na região Sudeste, são mais de 4,5 milhões de crianças e adolescentes vivendo em condição de pobreza familiar. No Nordeste, são cerca de 8 milhões e, no Norte, pouco mais de 2,5 milhões.
O UOL explica que a pesquisa é baseada nos números mais recentes do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e busca auxiliar o monitoramento das ODS 1, 2, 3 e 5, que têm como objetivos erradicar a pobreza e a fome, assegurar boa saúde e bem estar e alcançar a igualdade de gênero.
Estados
Os cinco Estados com maior percentual de crianças e jovens pobres estão na região Nordeste: Alagoas (66%), Maranhão (62,4%), Ceará (61%), Bahia (60,8%) e Pernambuco (60,5%).
Já os cinco com menor percentual são o Rio Grande do Sul (24,9%), Paraná (24,5%), São Paulo (21,2%), Distrito Federal (20,2%) e Santa Catarina (17,7%).
De acordo com o relatório, há diferenças importantes entre o tamanho populacional dos Estados. "Se observarmos o Estado de Santa Catarina veremos que ele apresenta a menor proporção da população entre zero e 14 anos residente em domicílios pobres (17,7%). Porém, em números absolutos, isso corresponde a 219 mil de 1,23 milhão de habitantes menores de 14 anos, esta última, a mesma quantidade de crianças pobres do Estado do Maranhão", refere o texto.
Jovens em pobreza extrema
A pobreza extrema é quando as famílias tem renda de até um quarto do salário mínimo per capita. Em todo o Brasil, 13,5% dos menores de 14 anos se encontram em situação de pobreza extrema.
Os maiores percentuais dessa condição também estão nas regiões Norte (19,7%) e Nordeste (26,3%). A diferença dessas em relação às demais regiões do país é grande: mesmo somados, os índices de jovens em pobreza extrema nas regiões Sudeste (5,99%), Sul (5,2%) e Centro-Oeste (5%) não chegam ao valor encontrado para o Norte ou para o Nordeste.
O Maranhão é o que registra o maior percentual de crianças menores de 14 anos de idade na condição de pobreza domiciliar extrema (35,2%). Em seguida, aparecem o Ceará (28,6%), Alagoas (28,3%), Bahia (24,7%) e Pará (23,9%).