O empresário Alan Malouf voltou a afirmar que o governador Pedro Taques (PSDB) teria sido o principal beneficiário no esquema de corrupção na Secretaria da Educação do Estado, desarticulado pela Operação Rêmora, deflagrada em maio de 2016. As afirmações constam na apelação final de defesa que foi protocolada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na semana passada.
O empresário Alan Malouf voltou a afirmar que o governador Pedro Taques (PSDB) teria sido o principal beneficiário no esquema de corrupção na Secretaria da Educação do Estado, desarticulado pela Operação Rêmora, deflagrada em maio de 2016. As afirmações constam na apelação final de defesa que foi protocolada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na semana passada.
De acordo com o empresário, Taques seria o "Sultão" no esquema de corrupção descoberto pela Operação Rêmora.
"Os depoimentos prestados desde a fase inquisitorial, confirmados e corroborados em juízo, demonstram que o apelante está, colaborando com a justiça e dando os caminhos para se chegar ao sultão, como sugere o Gaeco, ano nominar a fase que determinou a segregação do recorrente de Grão-Vizir", diz trecho do recurso, ao lembrar da 3ª fase da Rêmora, denominada "Grão-Vizir".
Malouf afirma em sua apelação, que confessou sua participação no esquema que tinha como principal objetivo "o pagamento de dívidas de campanha do então candidato ao governo, senhor Pedro Taques, atualmente governador do Estado".
A defesa ainda aponta que o próprio Ministério Público começou a focar em um determinado momento das investigações, que o esquema teria ligação com um possível "caixa dois" nas eleições de 2014.
"Desde a deflagração da operação policial, percebe-se que a acusação imputa ao defendente posição de destaque na campanha do Governador Pedro Taques, afirmando que o mesmo seria um grande investidor financeiro e que até mesmo poderia vir a ocupar cargos na gestão", alega a defesa de Alan Maouf patrocinada pelo advogado Huendel Rolim.
Malouf também alega que ficou "espantado" com a afirmação do governador Pedro Taques, que declarou a imprensa que tinha apenas “mantido relacionamento social”.
"O relacionamento não era apenas social. O Senhor Governador frequentava a casa do Recorrente, sendo que a maioria das reuniões de campanha se deram lá – mais de cem -, mas isso passou desapercebido na memória do chefe maior do Estado de Mato Grosso".
Malouf também voltou a afirmar que foi governador o teria procurado para que ajudasse em sua campanha de 2014 e que "teria perguntado se ele tinha interesse em assumir algum cargo no Executivo". Porém, empresário disse que não tinha interesse em participar do governo. O empresário teria "investido" cerca de R$ 10 milhões "não contabilizados" na campanha.
Em sua apelação, Alan Malouf pede que seja anulada a sua condenação de 11 anos e 1 mês de prisão em regime fechado, a incompetência do juízo da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá para processar e julgar a causa, e que o processo seja remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que Malouf cita desde o início o governador e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB).
Caberá a 2ª Câmara Criminal do TJ, que tem os desembargadores Alberto Ferreira de Souza, Pedro Sakamoto e Rondon Bassil Dower Filho, decidir se acata ou não a apelação.
Outro lado - A reportagem procurou o governo, via Gabinete de Comunicação, para comentar as acusações de Allan Malouf, mas até o momento não houve posicionamento.