O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) sugeriu que o ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, o citou como beneficiário de um suposto esquema de desapropriação de uma área no Bairro Jardim Liberdade, no valor de R$ 31,7 milhões, para levar a denúncia a outras instâncias judiciais.
O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) sugeriu que o ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, o citou como beneficiário de um suposto esquema de desapropriação de uma área no Bairro Jardim Liberdade, no valor de R$ 31,7 milhões, para levar a denúncia a outras instâncias judiciais.
Isso porque o tucano tem foro especial por prerrogativa de função, o que poderia ser retirado das mãos da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, para ser investigado no Tribunal de Justiça.
“Eu acho que, como todas essas delações, estão tentando adquirir um foro diferenciado, porque o envolvimento de deputados dá esse foro diferenciado. É o que está acontecendo com alguns delatores que estão tentando envolver políticos”, disse, nesta quarta-feira (02).
Além de Maluf, Cursi citou, em depoimento a Selma Arruda na semana passada, os também deputados Wagner Ramos (PSD), Romoaldo Júnior (PMDB) e Mauro Savi (PSB) e a prefeita de Juara Luciane Bezerra (PSB), que era deputada na época do suposto esquema.
Maluf afirmou já ter acionado seus advogados para saber se há algum tipo de investigação contra ele no caso investigado pela Sodoma 4.
“Estou muito tranquilo. Espero que isso seja investigado. Entendo que os políticos passem por esse tipo de situação e vamos esperar as apurações. De fato, não há nenhum tipo de denúncia, nenhum tipo de notificação, apenas essa fala do Marcel”, disse o tucano.
Acusações
Cursi é acusado de participação no suposto esquema que teria desviado cerca de R$ 15,8 milhões do Estado, em 2014, por meio do pagamento da desapropriação de uma área no Bairro Jardim Liberdade, no valor de R$ 31,7 milhões, à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários.
O valor desviado teria sido destinado à organização criminosa comandada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
O ex-titular da Sefaz estava preso desde setembro de 2015, quando foi deflagrada a 1ª fase da operação. Contudo, ele obteve a soltura no dia 11 de julho.
Na oitiva a Selma, ele negou ter se beneficiado do esquema e ainda citou a participação dos deputados Wagner Ramos, Romoaldo Júnior, Mauro Savi e Guilherme Maluf, além da ex-deputada e atual prefeita de Juara, Luciane Bezerra, nas tratativas ilícitas.
Em um relatório elaborado pela Delegacia Fazendária (Defaz), divulgado pelo MidiaNews em janeiro deste ano, aponta que assessores e até parentes de deputados foram alguns dos beneficiários finais dos valores pagos a título de propina no suposto esquema.