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24/04/2018 às 19h03

Mauro Mendes, Fávaro, Pivetta e outras 28 lideranças assinam carta e dizem não à reeleição de Taques

Ex-prefeito Mauro Mendes assinou "carta" e deve enfrentar Pedro Taques em outubro
Política
Mauro Mendes, Fávaro, Pivetta e outras 28 lideranças assinam carta e dizem não à reeleição de Taques
Foto reprodução Web
Em um manifesto público, 31 ex-aliados do governador Pedro Taques (PSDB) oficializaram o “rompimento” com o tucano e garantiram que não apoiarão a candidatura dele a reeleição ao Governo do Estado. A maioria dos que assinaram a carta apoiou o tucano nas eleições de 2010 e 2014.

Entre eles, destacam-se a ex-secretária de Transparência e Combate a Corrupção, Adriana Vandoni, o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT), coordenador da campanha de Taques em 2014, o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), e o deputado estadual Zeca Viana (PDT). Também assinam a lista, nomes como o do ex-secretário de Estado de Cidades (Secid), Eduardo Chilleto, o ex-presidente da Ager, que deixou o cargo recentemente, Eduardo Moura, e o ex-secretário de Saúde (SES), João Batista Pereira da Silva.

Outro político significativo que assina a lista é Percival Muniz, ex-prefeito de Rondonópolis, e apoiador de Taques desde 2010. Outro que assinou o manifesto é o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM).

Ele é cotado para ser candidato ao Governo pelo grupo de oposição. Outro pré-candidato ao Governo do Estado que assina a lista é o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato (PSL).

O manifesto é intitulado “Porque não apoiaremos a reeleição de Pedro Taques em 2018”. O grupo cita decepção com a gestão tucana, que ficou longe de corresponder as expectativas da população. "Os sentimentos de decepção e frustração, estão sendo compartilhados por milhares e milhares de mato-grossenses. Acreditamos que em 2014 Pedro Taques seria corajoso para tomar as medidas necessárias de transformação que a população tanto almejava, não fez", diz trecho do manifesto.

MOTIVOS

Os ex-aliados listam seis tópicos desta decepção com o Taques. Segundo a carta, o atual Governo aumentou o caos na saúde pública, não cumpriu compromissos de campanha, se mostrou ineficiente, faltou com a verdade, “quebrou” as finanças do Estado e ainda está envolvido em escândalos de corrupção.

Entre os motivos elencados na carta para demonstrar o caos na saúde pública, estão as “faltas constantes de remédios nas farmácias de alto custo, falência total do MT Saúde, falhas no repasse dos recursos de saúde aos municípios, falta de repasse aos hospitais filantrópicos, e promessas não cumpridas de construção de hospitais em Porto Alegre do Norte, Tangará da Serra, Juína e Pontes e Lacerda”. A carta também aponta a incapacidade do governo de reiniciar a construção do novo Hospital Universitário, mesmo com R$ 80 milhões em caixa para a obra”.

Na carta, os ex-aliados de Taques também o não cumprimento de promessas de campanha, como a retomada das obras do VLT, além de questões como a maior rotatividade de secretários da história, indisposição com servidores públicos, atrasos de salários. 

Os ex-aliados criticam o fato do tucano não assumir as responsabilidades pela atual situação do Estado. “Sempre de olho no retrovisor, colocando a culpa nos outros pelos problemas do Estado”, colocam.

O grupo também acusa o governador de prometer a prefeitos e cidadãos entregas que nunca aconteceram. Também é apontado na carta que Taques faltou com a verdade sobre o pagamento dos duodécimos aos poderes, fornecedores, servidores, prefeituras, hospitais, e também sobre o repasse de recursos relativos a emendas parlamentares.

FINANÇAS E CORRUPÇÃO

O grupo ainda acusa o governador de “quebrar” o Estado. A carta destaca que Taques assumiu o Estado com R$ 800 milhões de restos a pagar, mas com dinheiro em caixa para honrar estes compromissos.

Hoje, a dívida é de R$ 3 bilhões, com o Estado sofrendo sanções do Tesouro Nacional. Para p grupo, faltou ações do governador para manter as finanças em dia. “Não estancou as despesas e, ainda, comprometeu o futuro do Estado para os próximos anos”.

Por fim, a nota destaca escândalos de corrupção no Governo. Citou o desvio de recursos na Secretaria de Educação, o desvio de finalidade dos Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) e Fethab (Fundo de Transporte e Habitação), além do “escândalo dos grampos”, classificado como um atentado a democracia. “O governador com o maior número de secretários e primeiro escalão presos no mandato na história de Mato Grosso e um dos maiores do Brasil”.