"Mbrigado, Instituto Nacional de Futebol, por esses dois anos inesquecíveis." É o que diz um quadro fixado em uma das paredes do CT de Clairefontaine, escrito a mão por Kylian Mbappé, 19, a última grande joia polida no centro de excelência do futebol francês.
Campeão do mundo com a França e eleito melhor jogador jovem do Mundial da Rússia, além de integrante da lista dos dez melhores jogadores do mundo pela Fifa, o atacante passou por lá entre os 14 e os 16 anos.Absorveu os conceitos de uma metodologia de formação de atletas que viu, desde a fundação do complexo, em 1988, a seleção francesa vencer duas Copas do Mundo e uma Eurocopa. O processo em Clairefontaine, porém, não foi o primeiro contato do jogador com a disciplina e os valores ensinados a partir do esporte.
"Mbrigado, Instituto Nacional de Futebol, por esses dois anos inesquecíveis." É o que diz um quadro fixado em uma das paredes do CT de Clairefontaine, escrito a mão por Kylian Mbappé, 19, a última grande joia polida no centro de excelência do futebol francês.
Campeão do mundo com a França e eleito melhor jogador jovem do Mundial da Rússia, além de integrante da lista dos dez melhores jogadores do mundo pela Fifa, o atacante passou por lá entre os 14 e os 16 anos.Absorveu os conceitos de uma metodologia de formação de atletas que viu, desde a fundação do complexo, em 1988, a seleção francesa vencer duas Copas do Mundo e uma Eurocopa. O processo em Clairefontaine, porém, não foi o primeiro contato do jogador com a disciplina e os valores ensinados a partir do esporte.
Filho de ex-atletas, o menino natural do subúrbio parisiense de Bondy ouve desde cedo os conselhos de quem vivenciou o meio. Sua mãe, Fayza, foi jogadora de handebol e chegou a atuar na primeira divisão do país. O pai de Mbappé, Wilfried, foi jogador de futebol a nível regional e tornou-se professor do clube local, onde treinou o filho prodígio.
"Wilfried é muito exigente como educador. Sua filosofia é fazer com que seus times joguem bem, mas especialmente treinar homens antes de torná-los jogadores de futebol", contou Pierre, irmão de Wilfried e tio de Kylian, ao jornal Le Parisien.
Posteriormente, Mbappé recebeu em Clairefontaine o ensinamento formal da preparação para o grande estágio esportivo. Trabalhando com profissionais capacitados, passou dois anos no centro adquirindo aprendizado, melhorando no aspecto técnico e também no psicológico e cognitivo.
O discurso de quem trabalhou por muito tempo na formação dos jovens futebolistas franceses indica que, no caso de Mbappé, a chegada ao centro funcionou como uma espécie de atualização do software, a evolução de um processo que já havia iniciado de certa forma no seio familiar.
"Há de se formar os homens, os jogadores. Os garotos têm que estar preparados", diz à reportagem o francês Pierre Sarratia, treinador que trabalhou por 30 anos na FFF (Federação Francesa de Futebol) e viu Clairefontaine revelar estrelas para o futebol mundial.
Passaram pelo centro figuras como Pogba, Varane, Pavard, Umtiti e Matuidi, todos campeões na Rússia. Da geração de 1998, o nome que salta aos olhos é o de Thierry Henry, formado em Clairefontaine e frequentemente comparado a Mbappé. Ambos iniciaram suas carreiras profissionais no Monaco, jogando pelo lado do campo e impressionando pela velocidade. Henry também se sagrou campeão mundial muito jovem. Tinha apenas 20 anos quando a França venceu o Brasil por 3 a 0 e levantou a taça em Paris.
Apesar das semelhanças e de terem sido criados sob a batuta do Instituto Nacional de Futebol, há quem diga que Kylian Mbappé é como o raio que não cai duas vezes no mesmo lugar. Entre eles está Pierre Sarratia, que em três décadas viu inúmeras gerações de jogadores franceses, algumas campeãs, com jogadores do mais alto nível no futebol mundial.
"Um Mbappé acontece só uma vez. Assim como vocês tiveram Pelé". Do Rei do Futebol, aliás, o francês recebeu um recado após a final da Copa do Mundo, na qual se tornou o primeiro jogador com menos de 20 anos a marcar um gol em decisão de Mundial desde Pelé, em 1958, quando o brasileiro fez nos 5 a 2 contra a Suécia. "Se o Mbappé continuar a igualar os meus recordes assim, eu vou ter que tirar a poeira das minhas chuteiras novamente...", escreveu Pelé em sua conta no Twitter.
Em forma de agradecimento, Mbappé, autor de quatro gols na Copa, retribuiu o carinho do maior jogador da história do futebol. "O rei sempre permanecerá o rei", disse o atacante, vendido pelo Monaco ao Paris Saint-Germain na última janela por € 180 milhões (cerca de R$ 798 milhões).
Educado no meio do esporte, Kylian Mbappé parece ter uma estrutura sólida por trás de seu futebol para manter na sequência da carreira seu posto entre os melhores jogadores do mundo. Ao menos em Paris, já sabem quem é o novo rei. E ele é francês, tem 19 anos de idade e uma conquista de Copa do Mundo no currículo.
Com informações da Folhapress.