Sete membros da Guerrilha do Araguaia teriam sobrevivido, mas não para contar a história. Permanecem em silêncio para manter a história ao lado dos grupos interessados politicamente e em acumular indenizações. Isso é o que concluímos pelo estudo do historiador Hugo Studart, que pesquisou o assunto e chegou a revelações que põe em xeque o discurso da esquerda sobre a guerrilha e a própria Comissão da Verdade, criada para fazer propaganda dos guerrilheiros e lhes conceder dinheiro do estado.
Sete membros da Guerrilha do Araguaia teriam sobrevivido, mas não para contar a história. Permanecem em silêncio para manter a história ao lado dos grupos interessados politicamente e em acumular indenizações. Isso é o que concluímos pelo estudo do historiador Hugo Studart, que pesquisou o assunto e chegou a revelações que põe em xeque o discurso da esquerda sobre a guerrilha e a própria Comissão da Verdade, criada para fazer propaganda dos guerrilheiros e lhes conceder dinheiro do estado.
O livro Borboletas e Lobisomens, de Hugo Studart, traz a história dos guerrilheiros do Araguaia que sobreviveram mas foram tidos como mortos por mais de 40 anos. A história desmoraliza a Comissão da Verdade, criada para investigar e conceder indenizações aos familiares de mortos na guerrilha ocorrida em 1973.
Segundo o livro de Studart, sete guerrilheiros teriam sobrevivido após acordo de proteção a testemunhas com o governo militar. A guerrilha do Araguaia, iniciada pelo PCdoB com objetivo de dominar uma área para resistir ao regime militar, foi contra-atacada com força pelo governo do presidente Medici, que deu ordem para liquidar totalmente os guerrilheiros e não deixar testemunhas. Acontece que, entre os guerrilheiros do PCdoB estava Hélio Luiz Navarro de Magalhães (codinome Edinho), filho de Hélio Gérson de Magalhães, oficial da Marinha e capitão de mar e guerra, e sobrinho do comandante-em-chefe da Esquadra Brasileira, segundo nome da hierarquia da Marinha, Gualter Meneses de Magalhães, que deu ordem para capturar o sobrinho vivo.
Hélio foi capturado pelos soldados junto do comparsa René Silveira e ambos foram levados. A situação era de dúvida entre os oficiais: já que matá-lo estava fora de questão, libertá-lo simplesmente também não era uma opção, já que seria assassinado pelo próprio partido tão logo o encontrassem. Foi então feito um acordo. Quanto aos outros guerrilheiros, Hélio conseguiu interceder por suas vidas e mantê-los vivos. Foi criada uma falsa história, uma falsa eliminação, para proteger os guerrilheiros de seus próprios comparsas.
Os nomes dos chamados mortos-vivos do Araguaia são: Hélio Navarro de Magalhães (Edinho), Luiz Renê Silveira Silva (Duda), Maria Célia Correia (Rosa), Antônio de Pádua Costa (Piauí), Luiza Augusta Garlipe (Tuca), Tobias Pereira Júnior (Josias) e Marcos José de Lima (Ari Armeiro).
“Tenho convicção de que esses são os sete mortos-vivos”, disse o historiador em entrevista recente.
O livro registra uma aparição de Hélio em 2001, quando se tornou executivo de uma rede de supermercados e, também naquele ano, apresentou-se na Receita Federal com sua verdadeira identidade para regularizar o CPF, com objetivo de liberar para a sua mãe o inventário de seu pai, abrindo mão da herança e desaparecendo novamente.
Segundo informou a revista Época, a irmã de René Silveira, Elisabeth Silveira, que pertence ao grupo Tortura Nunca Mais e é beneficiária de indenização, contesta veementemente a versão do historiador de que seu irmão estaria no mundo dos vivos com outra identidade.
A história completa dos “mortos-vivos” que acabaram colaborando com os militares na Guerrilha do Araguaia pode ser lida no site do autor
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