Trabalhadores da Locar Gestão de Resíduos – empresa terceirizada de coleta de lixo em Cuiabá – entraram em greve por tempo indeterminado na noite de segunda-feira (26). Eles reivindicam mais equipamentos de proteção, implantação de banco de horas e condições adequadas no ambiente de trabalho, que estaria insalubre.
Trabalhadores da Locar Gestão de Resíduos – empresa terceirizada de coleta de lixo em Cuiabá – entraram em greve por tempo indeterminado na noite de segunda-feira (26). Eles reivindicam mais equipamentos de proteção, implantação de banco de horas e condições adequadas no ambiente de trabalho, que estaria insalubre.
Na Locar trabalha o gari Darniley Silva Madaleno, 41 anos, que teve a perna esmagada e amputada por causa de um acidente na Avenida Getúlio Vargas, região central da Capital. No protesto, os trabalhadores também relacionam os acidentes com a falta de segurança por parte da empresa.
Assista ao vídeo:
“A maioria das nossas botas, luvas e uniformes estão rasgados, sem condições de trabalho”, destaca o gari Rofman Pereira, uma das lideranças do movimento.
Pelo menos 40 garis do período noturno suspenderam as atividades. Eles afirmam que os Equipamentos de Proteção Individual (IPEIs) são precários, principalmente luvas e as botinas.
“O chão do pátio não é cimentado e quando chove o lugar fica cheio de buracos ondem se acumulam os líquidos. Já teve colega nosso que caiu num desses buracos”, disse.
Segundo o trabalhador, os problemas existem há anos e a direção da empresa nunca atendeu os pedidos da categoria por mais segurança.
“Pelo contrário, nós somos coagidos. Se a gente resolve protestar pelos nossos direitos, eles nos ameaçam com demissões”.
Os garis também reclamam de uma carga exaustiva de trabalho, que não é recompensada com o banco de horas que, segundo Rofman, só “existe no papel”.
“Eles falam que vão conceder a folga, que existem as horas acumuladas, mas quando a gente vai verificar o banco de horas está zerado. Nossa carga horária é acima do limite e quase não temos descanso”, protesta.
A greve dos garis é acompanhada pelo sindicato da categoria. No entanto, os trabalhadores paralisaram apenas as atividades do período noturno.
“Não vamos voltar ao trabalho até a empresa ouvir nossas reivindicações. Se ela for demitir, vai ter que mandar todo mundo embora, porque estamos mobilizados para exigirmos nossos direitos”, enfatizou Rofman.
Segurança no trabalho
Para Rofman, o acidente que amputou a perna do seu colega poderia ter sido evitado se a empresa se preocupasse com a segurança dos trabalhadores. Ele ressalta que choveu muito no dia do acidente e, por uma questão de segurança, a Locar poderia ter suspendido a coleta.
“O exemplo esta aí, nosso amigo Ney (Darniley) que perdeu a perna. Se a empresa nos orientasse parar a coleta em dia chuva, esse acidente poderia ter sido evitado”.
O caso aconteceu na madrugada de terça-feira (20). Na ocasião, Darliney Silva Madaleno, 41 anos, teve a perna esmagada pelo Jeep Renegade da procuradora apesentada Luiza Siqueira de Farias, que bateu com o veículo na traseira do caminhão de lixo onde estava o trabalhador. Ele teve que amputar a perna no Pronto Socorro de Cuiabá, em uma cirurgia que durou mais de oito horas.
O teste do bafômetro apontou que a procuradora estava alcoolizada no momento do acidente. Ela chegou a ser presa, mas depois foi liberada ao pagar fiança de R$ 7, 6 mil.
No domingo (25), o motorista Sebastião da Silva Filho também atropelou o gari após bater o carro na traseira de um caminhão de lixo na Avenida jornalista Archimedes Pereira Lima, mais conhecido como Estrada do Moinho.
O gari Misael Feitosa de Almeida sofreu lesões na perna e foi encaminhado consciente para o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá onde passou por cirurgia. A vítima foi transferida para o Hospital São Benedito para dar prosseguimento ao atendimento, pois, há risco de necrose.
Sebastião recebeu liberdade provisória após audiência de custódia no mesmo dia do acidente.
Outro lado
O secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá, Roberto Stopa, afirmou que o protesto pegou a Prefeitura de surpresa. Segundo Stopa, o Município não tinha conhecimento dos problemas citados pelos trabalhadores e disse irá analisar as denúncias para tomar as devidas providências.
Redação com Repórter MT