O delegado Áderson Vieira Leite, superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, estima que, caso a PF contasse com um efetivo maior, o número de operações deflagradas anualmente, que hoje gira em torno de 30 ações, poderia ser até duplicado. Hoje, o efetivo conta com 300 servidores, incluindo os colaboradores terceirizados.
O delegado Áderson Vieira Leite, superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, estima que, caso a PF contasse com um efetivo maior, o número de operações deflagradas anualmente, que hoje gira em torno de 30 ações, poderia ser até duplicado. Hoje, o efetivo conta com 300 servidores, incluindo os colaboradores terceirizados.
“Eu não diria que temos um efetivo baixo, eu diria que o Estado é muito amplo, muito grande, as nossas atribuições também são muito amplas. E, o que acontece é que nós não conseguimos executar tudo aquilo que poderia ser executado”, avalia, em entrevista concedida na quarta (18), na inauguração do novo posto da PF.
Neste contexto, o superintendente conta que a instituição aguarda liberação do Ministério do Planejamento para realizar um novo concurso, o que não ocorre há alguns anos. Áderson reconhece que o efetivo precisa ter incremento, mas salienta a necessidade de uma autorização do governo federal para tanto.
“O ideal, é difícil falar um número ideal porque nós temos cinco unidades, quatro delegacias do interior e a superintendência, mas eu poderia dizer que se nós tivéssemos 50% a mais de efetivo, a nossa produtividade seria muito maior, seria aquela que das operações das informações que chegam a nós e que nós não conseguimos processar todas”, analisa.
Em 2017, o orçamento da PF foi da ordem de R$ 12 milhões, para custeio da máquina, pagamento de diária e dos contratos. Já os salários vêm do orçamento da União. Neste contexto, Áderson conta que chegou a ocorrer um contingenciamento inicialmente, mas depois, com uma melhora pontual observada na economia, o governo federal liberou o restante do orçamento, de forma que a PF chega ao final do ano com todos os recursos previstos em caixa.
O superintendente comenta ainda que a prioridade da PF é o combate à corrupção, mas sem deixar de lado o combate ao tráfico internacional de drogas e aos crimes ambientais. “Mas, sem dúvida nenhuma, a corrupção é a prioridade”.
Grampos
Com a decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Mauro Campbell Marques, que avocou os procedimentos investigatórios relativos ao caso dos grampos ilegais, antes em trâmite no Tribunal de Justiça, as diligências que eram realizadas pela Polícia Judiciária Civil devem ser delegadas à PF. Diante dos comentários acerca do efetivo no Estado, Áderson garante que os trabalhos nessa investigação não serão prejudicados e atribui isso aos investimentos na capacitação dos servidores, principalmente com ferramentas de business intelligence (inteligência de negócios).
Legislação moderna
Em relação às operações quando estão em andamento, o superintendente avalia que a legislação atual é moderna. “A legislação que abarca a questão do crime organizado e que trouxe também a figura da delação premiada, são instrumentos modernos utilizados pelos principais países, os avançados do mundo, que têm permitidos, sim, avanços no combate à corrupção, avanços institucionais, republicanos.”
Apesar disso, entende que sempre há espaço para melhoria e avanço da legislação. “O que a população em geral, os cidadãos, têm que estar atentos é para pressionar os nossos congressistas para que nós não tenhamos retrocessos e, sim, avanços. Toda essa legislação moderna hoje passou pelo Congresso, que é o local apropriado para a discussão de medidas como essa. O que eu quero dizer é que tudo isso que nós observamos foi fruto de pressão popular, de iniciativa popular. A própria imprensa atuando, acompanhando as discussões parlamentares para que não tenham retrocessos.”
Originalmente de RD News