Apesar de várias inconsistências na denúncia, o Partido Democrata não pensou duas vezes antes de tentar derrubar Trump através de um impeachment.
Divulgada nesta quinta-feira (26), a denúncia que motiva o inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos não contém relatos em primeira mão de nenhuma irregularidade cometida por Donald Trump.
Apesar de várias inconsistências na denúncia, o Partido Democrata não pensou duas vezes antes de tentar derrubar Trump através de um impeachment.
Divulgada nesta quinta-feira (26), a denúncia que motiva o inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos não contém relatos em primeira mão de nenhuma irregularidade cometida por Donald Trump.
Um funcionário de agência de inteligência dos EUA citou supostas informações de membros da Casa Branca que alegaram ter havido esforços para esconder o telefonema entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no dia 25 de julho.
Ou seja, o documento que motivou o pedido de impeachment de Trump não é uma transcrição literal da conversa, mas baseado em “notas e lembranças” daqueles que supostamente presenciaram a ligação.
Apesar de ter sido publicado apenas algumas hora atrás, o documento contendo a denúncia já apresenta várias inconsistências. Por exemplo:
Trump não pediu localização de servidores do Partido Democrata
A denúncia, que foi utilizada pelo Partido Democrata para iniciar formalmente o inquérito de impeachment do chefe da Casa Branca, afirma que Trump fez um “pedido específico para que o líder ucraniano localize e entregue servidores usados pelo Comitê Nacional Democrata (DNC) e examinados pela empresa de segurança cibernética dos EUA CrowdStrike”.
Este pedido, no entanto, não aparece na transcrição da ligação divulgada pelo governo norte-americano na terça-feira, 24 de setembro, que mencionou a empresa CrowdStrike, mas não exigiu o servidor.
Atrito inexistente entre Volker e Giuliani
De acordo com a denúncia anônima, em meados de maio, o diplomata dos EUA, Kurt Volker, teria procurador “conter os danos” dos contatos do advogado de Trump, Rudy Giuliani, com a Ucrânia.
No entanto, uma conversa de Volker com Giuliani, no dia 19 de julho, fornecida à emissora Fox News nesta quinta-feira, mostrou que Volker havia de fato encorajado Giuliani a entrar em contato com a Ucrânia — até enviou a seguinte mensagem: “Conectando você a Andrey Yermak, que está muito perto do presidente Zelensky”.
Citações inexistentes e testemunhas falsas
O denunciante também afirmou erroneamente que Trump “sugeriu que Zelensky poderia querer manter” seu atual procurador-geral. A alegação não está presente na íntegra da transcrição do telefone divulgada pela Casa Branca.
Além disso, a jornalista Christina Ruffini, da emissora CBS News, informou que a denúncia ainda falou imprecisamente que o funcionário do Departamento de Estado, Ulrich Brechbuhl, estava de plantão com Zelensky no momento da ligação, o que foi desmentido posteriormente.
Apesar de todas estas inconsistências na denúncia, o Partido Democrata não pensou duas vezes antes de tentar derrubar o presidente Trump através de um impeachment, processo que nunca chegou a ser completado na história dos Estados Unidos.