O executivo Fernando Schahin confirmou na manhã desta quarta-feira (21) ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "abençoou" a contratação do grupo Schahin pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000. O negócio teria sido firmado sob a prerrogativa de que fosse quitada uma dívida que o PT mantinha com o banco.
O executivo Fernando Schahin confirmou na manhã desta quarta-feira (21) ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "abençoou" a contratação do grupo Schahin pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000. O negócio teria sido firmado sob a prerrogativa de que fosse quitada uma dívida que o PT mantinha com o banco.
Fernando prestou depoimento na ação que investiga se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias em um sítio em Atibaia (SP), que teriam sido pagas pelas construtoras Odebrecht e OAS.
Em setembro de 2016, Moro condenou Fernando por corrupção. Seu pai, Milton Schahin, e seu tio, Salim, foram condenados por corrupção e gestão fraudulenta.
Segundo o Ministério Público, o pecuarista José Carlos Bumlai, que também foi condenado no processo, tomou um empréstimo de R$ 12 milhões em seu nome, no banco Schahin, em 2004. Em seguida, teria repassado os valores ao PT. A assinatura do contrato do Vitória 10.000 teria servido para quitar esta dívida.
A Moro, Fernando afirmou que ouviu Bumlai dizer: "Avisa o pessoal lá que o presidente está abençoando o negócio".
O pecuarista, segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria envolvendo o caso do sítio, colocou R$ 150.500 na realização de reformas no local.
Em depoimento a Moro no início de fevereiro, no mesmo processo, Salim Schahin também afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari teria dito que Lula estava a par da contratação do grupo para operar o Vitória 10.000.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou em 2015, representantes do grupo que fecharam acordo de colaboração premiada indicaram que o ex-presidente deu o aval para a negociação.
RELEMBRE O CASO
No processo que envolve o sítio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, o ex-presidente se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no imóvel, que era frequentado por Lula e seus familiares. As reformas teriam sido pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.
De acordo com a Procuradoria, os valores usados nas reformas teriam vindo de contratos das empreiteiras na Petrobras, e repassados como vantagem ilícita ao ex-presidente.
Uma reportagem da Folha de S.Paulo em janeiro de 2016 revelou que a Odebrecht realizou a maior parte das obras no sítio, gastando R$ 500 mil apenas em materiais.
Para a Procuradoria, o sítio, que está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, pertencia, na realidade, a Lula, "proprietário de fato" do local, e foi comprado em seu benefício.
Entre as provas mencionadas pelos procuradores, estão e-mails enviados a endereços do Instituto Lula, que citam cardápios de almoço no sítio e viagens do petista a Atibaia.
OUTRO LADO
A defesa de Lula tem afirmado que o ex-presidente não é proprietário do sítio e que o petista e familiares frequentaram o local como convidados da família do empresário Fernando Bittar, "em razão de uma amizade de mais de 40 anos".
Com informações da Folhapress.