O cenário político brasileiro testemunhou um marco histórico com o encerramento das atividades do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fundado por Getúlio Vargas em 1945. Em novembro passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sancionou a criação do Partido Renovação Democrática (PRD), nascido da fusão do PTB com o Patriota. Esta medida simbolizou não apenas o fim de uma era, mas também o início de uma nova fase na política nacional.
O cenário político brasileiro testemunhou um marco histórico com o encerramento das atividades do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fundado por Getúlio Vargas em 1945. Em novembro passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sancionou a criação do Partido Renovação Democrática (PRD), nascido da fusão do PTB com o Patriota. Esta medida simbolizou não apenas o fim de uma era, mas também o início de uma nova fase na política nacional.
O PTB, ao longo dos anos, afastou-se significativamente de suas raízes trabalhistas, especialmente com a adesão de políticos de orientação mais à direita. No entanto, a história da legenda, repleta de figuras emblemáticas como Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, ainda ressoa fortemente. Essa herança histórica pode ser reavivada, conforme indicado por Vivaldo Barbosa, ex-deputado federal. Ele expressou seu entusiasmo com a possibilidade de um renascimento do PTB, dizendo à CNN: “É uma emoção muito grande poder resgatar a história de Brizola, e de todos os trabalhistas do Brasil, e poder retomar seus ideais na política”.
O movimento para reviver o PTB tomou um passo concreto em 1º de dezembro, quando o TSE autorizou os seguidores de Brizola a iniciar a coleta de assinaturas, após o registro da pessoa jurídica em cartório. Para recriar efetivamente o PTB, é necessário reunir 500 mil assinaturas em um período de dois anos.
Enquanto isso, o PRD, resultante da fusão do PTB com o Patriota, já está formalmente registrado no TSE. Paralelamente, a iniciativa para estabelecer o novo PTB avança, figurando nas páginas do Tribunal como um partido em formação.
Este momento na política brasileira é notável, pois representa um ponto de inflexão na trajetória de uma das mais antigas legendas políticas do país. O esforço para resgatar o legado do PTB, enraizado nos princípios trabalhistas e nas figuras históricas que moldaram sua jornada, reflete uma busca por identidade e renovação na política nacional. À medida que a situação se desenrola, observadores e cidadãos aguardam com expectativa para ver se o PTB, um nome reverenciado na história política do Brasil, ressurgirá com novos ideais e uma nova visão para o futuro.
Herdeiros do legado de Brizola
A política brasileira vivencia um período de intensa transformação com a emergência de um movimento dedicado a reviver o antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Este esforço, liderado por Vivaldo Barbosa, ex-secretário da Justiça do governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro e ex-deputado federal pelo PDT, visa restabelecer o PTB como uma força política significativa, enraizada nos ideais trabalhistas.
Em um compromisso com a herança de Brizola, Barbosa revelou uma estratégia ambiciosa para reanimar o partido. "Vamos contatar brizolistas em todo o país e conseguir a volta do partido que reunirá pensadores do trabalhismo, que é o melhor que o Brasil tem", afirmou Barbosa. Sua participação na Assembleia que elaborou a Constituição de 1988 adiciona uma camada de profundidade histórica e política a este empreendimento.
O movimento para reerguer o PTB não apenas conta com o apoio de figuras proeminentes, como João Leonel Brizola Sobrinho e Leonel Brizola Neto, mas também ressoa com membros da família Brizola envolvidos na política atual. Enquanto Carlos Daudt Brizola, ex-ministro do Trabalho do governo Dilma, e Juliana Brizola, deputada estadual no Rio Grande do Sul, permanecem no PDT, Leonel Brizola Neto já se integrou ao novo PTB.
Leonel Brizola Neto compartilha sua visão e emoção diante desse renascimento: “É um reencontro com a história. Era uma tristeza ver o partido como uma antítese de sua própria origem. É um momento que envolve muita emoção por causa do meu avô e um momento para o trabalhismo no Brasil e no mundo”.
Este esforço ganha um impulso adicional com a aproximação das eleições municipais de 2024, que Barbosa vê como uma oportunidade crucial para coletar assinaturas e apoiar candidatos a prefeitos e vereadores, fortalecendo assim a presença do PTB no cenário político.
Além disso, Vivaldo Barbosa destaca a afinidade do novo PTB com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após ter apoiado sua campanha em 2022. Leonel Brizola Neto ecoa esse sentimento, indicando que, apesar de possíveis divergências, o partido tende a alinhar-se com o governo Lula.
Este momento representa um marco na política brasileira, com a tentativa de reavivar o PTB e seus ideais trabalhistas. A iniciativa de Barbosa e seus aliados ilustra um esforço para resgatar e renovar o legado de uma das mais significativas forças políticas do Brasil, prometendo um novo capítulo na história do trabalhismo no país.
O ex-PTB
O antigo PTB — que hoje é o PRD, da fusão com o Patriota — era comandado por Roberto Jefferson.
Conforme mostrou a CNN na época da fusão entre os dois partidos, a negociação envolveu um pedido para que Jefferson – presidente de honra daquele PTB — nem sua filha, Cristiane Brasil, como também o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fizessem parte da nova legenda. Nos últimos anos, o partido já vinha lidando com brigas internas, que envolviam a retirada e o retorno de Jefferson ao comando do antigo PTB.
As aprovações internas do PTB e do Patriota para a fusão das duas siglas se deram três dias depois de Jefferson ter atirado com um fuzil contra policiais federais que cumpriam uma ordem de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).