Entender a Venezuela atual requer voltar pouco mais de 30 anos no tempo e compreender que a sua crise não é só econômica, mas também fruto de um conturbado processo político.
Apesar de no século XX não ter caído na mão de ditadores, como seus vizinhos da América do Sul, a Venezuela saiu de um período de relativa prosperidade financeira e política para uma crise na década de 1980, em decorrência da queda de preço do petróleo.
Entender a Venezuela atual requer voltar pouco mais de 30 anos no tempo e compreender que a sua crise não é só econômica, mas também fruto de um conturbado processo político.
Apesar de no século XX não ter caído na mão de ditadores, como seus vizinhos da América do Sul, a Venezuela saiu de um período de relativa prosperidade financeira e política para uma crise na década de 1980, em decorrência da queda de preço do petróleo.
A população protestou de diversas formas contra o governo, até Hugo Chavéz, em 1992, tentar um golpe militar. Não deu certo e o país continuou se afundando.
O “comandante” voltou em 1998, agora através das urnas, e tornou-se presidente de uma nação em crise e completamente dividida.
No início dos anos 2000, ainda fazendo ajustes fiscais, Chavéz sofre uma tentativa de golpe da mídia, empresariado e políticos venezuelanos. Mais uma vez não deu certo.
A oposição fez outras tentativas de tirar Chavéz do poder, todas mal sucedidas. Ele se fortaleceu, baniu meios de comunicação, perseguiu opositores e concentrou ainda mais o controle do país em torno de si.
Agora mais poderoso, por volta de 2005, ele começa o seu “Socialismo do Século XXI“, segundo suas próprias palavras.
Mercados e empresas foram nacionalizadas, terras expropriadas e o mercado fechado. Preços foram controlados — causando o início do desabastecimento — e reservas cambiais foram queimadas. A moeda desvalorizou e a inflação disparou. Em 2018, passou da casa do 1 milhão.
Resumindo: a crise venezuelana é a consequência de uns 30 anos de crise política e de umas medidas econômicas que deram certo em lugar nenhum do mundo, mas que muitos políticos e economistas teimam ainda em fazer.