Na última semana, circulou na internet a possibilidade de "Elsa", a rainha de um dos desenhos animados de maior sucesso da Disney, "Frozen", ganhasse uma namorada no segundo filme da história, que deverá ser lançado em 2019. Entre aplausos e reclamações, a ideia chamou a atenção de um conhecido padre de Várzea Grande, Paulo Ricardo, pertencente à Paróquia do Cristo Rei, que escreveu uma crítica sobre a possibilidade de Elsa ser lésbica.
Na última semana, circulou na internet a possibilidade de "Elsa", a rainha de um dos desenhos animados de maior sucesso da Disney, "Frozen", ganhasse uma namorada no segundo filme da história, que deverá ser lançado em 2019. Entre aplausos e reclamações, a ideia chamou a atenção de um conhecido padre de Várzea Grande, Paulo Ricardo, pertencente à Paróquia do Cristo Rei, que escreveu uma crítica sobre a possibilidade de Elsa ser lésbica.
Influente no mundo católico e também fora dele, o site de padre Paulo Ricardo está entre as 10 páginas católicas mais acessadas do mundo, onde ele disponibiliza, além de textos, cursos e pregações. (Recentemente ele disponibilizou um curso onde mostra as influências positivas dos livros e filmes da saga de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien).
A rainha Elsa, de Frozen, desde o princípio ganhou o coração não só das crianças, mas também do público LGBT, por viver um conflito interno que fez com que os homossexuais se sentissem representados. Mas no primeiro filme somente Ana, a irmã mais nova, conhece o amor de casal, permanecendo Elsa solteira até o final.
Porém, segundo Padre Paulo Ricardo, isso estaria prestes a acabar no filme de continuação da história, em que Elsa poderia “sair do armário”, conforme a vontade dos produtores da animação, e ganhar uma namorada.
O padre contou que a mulher que dá a voz a Elsa no filme de 2013, Idiana Menzel, disse que estava realmente feliz com a possibilidade. E que no Twitter, uma campanha foi lançada pedindo uma namorada para Elsa, afirmando que com isso as crianças que assistem poderiam saber “que é possível ser uma princesa e amar outra princesa”.
Os pais, em centenas de comentários em matérias que divulgaram a possibilidade, em maioria foram contra. Mas, conforme o padre citou em seu texto, a ideia também ganhou defensores, como uma colunista canadense que disse: “eles estão apavorados que uma Elsa lésbica seja tão legal e tão fabulosa, que acabe transformando suas filhas em gays”.
O sacerdote afirmou que esse é o pensamento das pessoas que dizem ter uma mente aberta, que ele classifica como vazia, afirmando que eles recriminam os cristãos apenas por se “oporem ao estilo de vida devasso que hoje é propagado abertamente pelos filmes, pelas músicas e pelos programas de televisão em geral”, escreveu.
Partindo desse princípio, o padre listou porque os pais devem fortalecer suas convicções e não se deixar levar pela pressão do “politicamente correto”. Ele começa afirmando que atualmente se você não concorda com a prática homossexual, você é o preconceituoso, completando escrevendo que a diversidade tolera tudo, “menos os princípios básicos da lei natural e a tradição judaico-cristã”.
Depois, o padre refuta a ideia defendida por algumas pessoas, de que esses pais que estão protestando quanto à suposta namorada de Elsa estão obcecados com os homossexuais e não teriam a mesma reação se fosse para expor seus filhos ao divórcio, ao adultério, ou até a cenas de sexo que aparecem no horário nobre da TV aberta.
“A falta de vergonha, de respeito e de pudor nunca foi exclusividade deste ou daquele tipo de pecadores. Para o brasileiro médio, é igualmente reprovável tanto o casalzinho despudorado que se beija à luz do dia numa calçada, quanto o par homossexual que faz a mesma coisa”, escreveu.
E completou: “para a moral católica, compartilhada por grande parte de nossa população, não está errado só o homossexual que dá ouvidos a sua tendência desordenada, mas também o alcoólatra que cede ao seu vício; o marido que é violento com sua esposa ou que lhe é infiel; o ladrão, que prefere tirar dos outros a conquistar as coisas com seu próprio suor, etc. Cada pessoa tem sua luta particular. Cada um tem um “canto de sereia” ao qual precisa resistir”.
A última ideia rebatida pelo padre Paulo Ricardo em seu texto é a de que uma criança jamais seria influenciada somente por ver dois gays, ou lésbicas, se beijando, ou tendo qualquer tipo de relação. Ele afirmou que quem acredita nisso não entende de psicologia infantil, dizendo que as crianças imitam ações e palavras de adultos, citando inclusive os vídeos em que crianças aparecem dançando e imitando artistas.
Por fim o padre se pergunta por que a Disney gostaria de lançar a rainha Elsa como lésbica em 2019. Para ele, isso é resultado de anos em que as pessoas a frente dos meios de comunicação queriam defender causas, ao invés de entreter, afirmando que em 1990 40% dos trabalhadores da Disney eram homossexuais.
O padre acredita que os pais precisam fazer com que os filhos se acostumem com o que ele chama de “admirável mundo novo”, que a mídia estaria tentando construir. E que se Elsa não ganhar uma namorada em Frozen 2, não será pelo pedido dos pais. Ele disse que, para se justificar, a Disney dirá que a sociedade ainda não está pronta para um desenho animado com personagens homossexuais.
“Para tanto, eles continuarão trabalhando duro, incansáveis… até que, um dia, a Bela Adormecida seja acordada pelo beijo de uma Cinderela, e a Rapunzel seja salva de seu cativeiro por uma Branca de Neve” e, para o padre, isso é apenas o começo.