19/07/2018 às 11h30

Perigo revolucionário: FARC e o novo Congresso da Colômbia

Ao invés do combate as Farc por seus crimes, o governo assinou para que o grupo armado deixasse a guerrilha e entrasse na política oficial

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Perigo revolucionário: FARC e o novo Congresso da Colômbia

Imagem reprodução Terça Livre

Em 2016, o governo da Colômbia assinou um chamado “acordo de paz” com o líder das Farc, Rodrigo Lodoño Echeveri. O acordo produziu um efeito: acabou legitimando um grupo guerrilheiro com associações com o narcotráfico a disputa pelo poder naquele país.

O acordo – para se ter ideia – foi comemorado por ditadores como Nicolas Maduro (Venezuela) e Raúl Castro (Cuba), além de outras forças da esquerda da América Latina. Tudo isso como parte da estratégia do Foro de São Paulo, do qual as Farc também fazem parte.

Ao invés do combate as Farc por seus crimes, o governo assinou para que o grupo armado deixasse a guerrilha e entrasse na política oficial, formando um partido: o Força Alternativa Revolucionária do Comum.

Com isso a agremiação garantiu cadeiras no Congresso para influenciar nos destinos do país, mas mantendo os mesmos ideais revolucionários que tinha anteriormente.

Hoje, tomam posse o novo Congresso na Colômbia. No acordo, ficou estabelecido que cinco cadeiras de cada Casa serão para candidatos das Farc. Ou seja: cadeira revolucionária cativa, pois os assentos são garantidos independente do resultado eleitoral.

Todavia, o guerrilheiro das Farcs Iván Márquez – que deveria assumir o cargo – já deu entrevista dizendo que deve desistir de assumir.

Um dos motivos: a captura do ex-líder guerrilheiro Jesús Santrich, que é apontado por envolvimento com o narcotráfico na região. Isto deixa claro que as Farc não querem acordo de paz, mas sim ganharem terreno de todas as formas possíveis para seguirem com o processo revolucionário.

O governo acabou concedendo esse espaço. Para se ter ideia, Márquez ainda cobra que haja uma “transição” da rebelião armada à uma política legal. O líder guerrilheiro ainda acusa o governo de não querer a paz.

O guerrilheiro defendido por Márquez é acusado de conspirar para exportar 10 toneladas de cocaína avaliadas em US$ 320 milhões.

O presidente eleito Iván Duque – que assumirá em agosto – já deixou claro que não concorda com a posse, no Congresso, de ex-guerrilheiros que sejam considerados culpados de crimes contra a Humanidade. Duque entende a necessidade de mudanças de termos no acordo de paz firmado pelo antecessor Juan Manuel dos Santos.