A inda sob os efeitos da crise econômica, poucos brasileiros estão conseguindo formar uma poupança para imprevistos ou realizar um sonho de consumo. Segundo dados apurados pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas dois em cada dez (21%) consumidores puderam guardar parte de seus rendimentos no último mês de junho. Em maio, o índice de poupadores estava em 17%. A maioria (72%) dos consumidores não conseguiu guardar qualquer quantia, enquanto 7% não souberam ou não quiserem responder.
A inda sob os efeitos da crise econômica, poucos brasileiros estão conseguindo formar uma poupança para imprevistos ou realizar um sonho de consumo. Segundo dados apurados pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas dois em cada dez (21%) consumidores puderam guardar parte de seus rendimentos no último mês de junho. Em maio, o índice de poupadores estava em 17%. A maioria (72%) dos consumidores não conseguiu guardar qualquer quantia, enquanto 7% não souberam ou não quiserem responder.
A abertura do indicador por faixa de renda revela que, nas classes C, D e E, há uma proporção ainda maior de consumidores que deixaram de poupar em junho. Oito em cada dez (77%) pessoas que se enquadram nessa faixa de rendimento não conseguiram poupar ao menos parte de seus rendimentos mensais. Já nas classes A e B, o percentual de não-poupadores cai para 53% da amostra, mas ainda assim é considerado elevado pelos especialistas do SPC Brasil.
Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 46% justificam uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês. Outros 18% disseram não ter renda e 13% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro. Há ainda 12% de consumidores que admitiram ter perdido o controle e a disciplina sobre os próprios gasto.Outro dado é que 45% dos brasileiros que possuem reserva financeira tiveram de sacar ao menos parte desses recursos no último mês, sendo que para 11% a necessidade foi ter de pagar alguma dívida, 10% para despesas extras e outros 10% para despesas básicas da casa.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a boa prática mostra que o hábito de poupar dinheiro não deve se reduzir as sobras eventuais do orçamento, mas um costume a ser exercitado com regularidade. “A poupança deve ser encarada como um compromisso de todos os meses. Se o consumidor deixa para guardar só o que sobra, ele pode ceder à tentação de transformar o que deveria ser uma reserva financeira em consumo, ficando sujeito a eventuais imprevistos ou inviabilizando a realização de sonhos de consumo”, diz a economista. De forma geral, apenas 32% dos brasileiros têm o hábito regular de guardar dinheiro, sendo que somente 5% reservam sempre o mesmo valor e 27% guardam apenas o que sobra no fim do mês.
A pesquisa mostra que proteger-se contra imprevistos é o principal propósito dos brasileiros que conseguiram guardar parte da renda no mês de junho. Quatro em cada dez poupadores (38%) reservaram parte de seus rendimentos para lidar com situação eventual de doenças, morte e problemas diversos. Outros objetivos são garantir um futuro melhor para os familiares (31%), enfrentar uma possível demissão (24%), realizar uma viagem (21%) e concretizar um sonho de consumo (21%). Apenas 16% guardaram dinheiro pensando na aposentadoria.
Um dado que demonstra a falta de conhecimento do brasileiro quanto as opções de investimento é que 23% dos poupadores guardam dinheiro na própria casa, escolha arriscada por questões de segurança e nula do ponto de vista dos rendimentos. A primeira opção é tradicional caderneta de poupança, escolhida por 58% das pessoas que juntaram algum dinheiro no mês de junho. Os fundos de investimento foram citados por 10% desses brasileiros, a previdência privada por 8%. O tesouro direto e os CDBs são utilizados por 7% e 5%, respectivamente dos poupadores.
Para os especialistas do SPC Brasil, a preferência majoritária pela poupança ou por guardar dinheiro em casa comprova que, mesmo entre aqueles que possuem reserva financeira, não há muita familiaridade com aplicações mais rentáveis e adequadas para os objetivos que se tem em mente. “Se a reserva visa a um objetivo de curto prazo, a poupança é melhor do que manter o dinheiro em casa.
Por mais que o rendimento não seja tão alto, é maior do que zero. Agora, se os objetivos são para médio ou longo prazo, é fundamental pensar em aplicações mais rentáveis, ainda que com menos liquidez”, explica o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.
Metodologia
O objetivo da sondagem é acompanhar, mês a mês, a formação de reserva financeira do brasileiro, destacando a quantidade daqueles que tiveram condições de poupar ao longo dos meses. O indicador abrange 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.
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