Após ter recapturado 16 dos 34 fugitivos da Cadeia Pública de Poconé, durante a tarde de quarta (15), as secretarias estaduais de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) convocaram uma entrevista coletiva para afirmar que a fuga não passou de “fato isolado, fruto de um cavalo doido durante o banho de sol” ocorrido em folga de dois dos quatro agentes penitenciários da unidade.
Após ter recapturado 16 dos 34 fugitivos da Cadeia Pública de Poconé, durante a tarde de quarta (15), as secretarias estaduais de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) convocaram uma entrevista coletiva para afirmar que a fuga não passou de “fato isolado, fruto de um cavalo doido durante o banho de sol” ocorrido em folga de dois dos quatro agentes penitenciários da unidade.
Ressaltam ainda que o governo está ampliando o número de vagas no Estado, ao citar 1.008 novas celas em Várzea Grande, conforme o responsável pela administração penitenciária, Emanoel Alves Flores.
O adjunto não soube precisar, entretanto, quando entrarão em funcionamento equipamentos imprescindíveis à coibição de atividades criminosas, inclusive fugas, dentro do sistema prisional anunciados pelo atual governo há oito meses, como scanners de revista corporal e bloqueadores de celular.
Ao ser confrontado em sua afirmação de que “não tinha prazo porque isso era estratégico”, respondeu ironicamente perguntando se a reportagem trabalhava “na inteligência”. A assessoria da Sejudh informou depois que os bloqueadores de celular já foram comprados, mas aguarda liberação de uso por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Cadeia Pública de Poconé tem vaga para 30 pessoas, mas abriga hoje 85 detentos. Quanto à data de início do uso dos scanners ou se eles foram mesmo comprados, não houve resposta. Flores diz ainda que a situação do sistema penitenciário mato-grossense não é diferente da do resto do Brasil, que na comparação com outros estados, “Mato Grosso está avançado em relação com os demais” e que há um planejamento estratégico para coibir novos movimentos de fuga, como as ocorridas em Rondonópolis e em Poconé, além de intensificar buscas e revistas.
Policial militar responsável por coordenar as buscas, o coronel Henrique afirmou que o caso de Poconé é diverso do da Mata Grande porque os detentos da primeira cadeia são, em sua maioria, gente de menor periculosidade, envolvidos na fuga, talvez, somente por coação ou para fazer parte do chamado “cavalo doido” (quando um volume de pessoas força segurança e travas até que estas cedam). Sobre o fato do helicóptero não ter decolado ainda no fim da tarde de terça (14), quando a fuga ocorreu, o impedimento foi por questões técnicas, pois aeronaves do tipo não podem decolar em voos noturnos quando fora de sua área de base terminal.
O foco agora é nas estradas vicinais e áreas de fronteira, para onde os presos provavelmente buscam se movimentar. “Mas não há membros de facção em Poconé, a maioria cometeu crimes de menor potencial ofensivo. Alguns voltaram para a cadeia após a fuga”, lembra o coronel.
Quatro dos presos foram recapturados por policiais da Rotam em uma dessas estradas vicinais, perto da rodovia, em direção a Cuiabá. O outro fugitivo foi preso por uma equipe da Polícia Militar ainda na cidade.
Os recapturados são Cleyton Sebastião Pereira do Prado, Jose Zacarias Oliveira Gomes, Rogério Rodrigues dos Santos e Cleomar Gomes de Souza. Foram deslocadas equipes especializadas da Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar entre Bope, Rotam, Gefron, Força Tática, além de unidades do Comando Regional de Várzea Grande e Cáceres na ação de busca e recaptura dos foragidos.
A fuga
Os 34 detentos de Poconé fugiram da cadeia durante o banho de sol, após agredir dois agentes e levar cinco pistolas e duas escopetas. Há seis dias, 26 detentos da penitenciária Major Eldo de Sá, a Mata Grande, em Rondonópolis, explodiram o muro à dinamite e fugiram do raio três da unidade. O caso foi registrado na madrugada de sexta (10).