Depois da confusão registrada na Penitenciária Central do Estado (PCE) na tarde desta terça-feira (20), na qual um detento foi morto e pelo menos 4 ficaram feridos, o Gazeta Digital recebeu uma ligação de um presidiário de dentro da unidade prisional que desmentiu a versão de que se tratava de um motim, apresentada pela Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT).
Depois da confusão registrada na Penitenciária Central do Estado (PCE) na tarde desta terça-feira (20), na qual um detento foi morto e pelo menos 4 ficaram feridos, o Gazeta Digital recebeu uma ligação de um presidiário de dentro da unidade prisional que desmentiu a versão de que se tratava de um motim, apresentada pela Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT).
O detento, cujo nome não será divulgado, fez a ligação utilizando um celular com acesso à internet. Para provar que realmente falava de dentro da PCE, ele fez uma videochamada e mostrou detalhes da cela onde estava com mais de 40 presos. O contato foi por volta das 17h, o que mostra que a revista na unidade realizada pela manhã, não foi suficiente para apreender todos os aparelhos celulares que estão com os presos.
Ele denunciou que estavam trancados na cela quando foram surpreendidos por tiros efetuados por agentes penitenciários, inclusive pelo diretor da unidade, Francisco Revetrio. “Não teve motim. Não teve rebelião. Nada disso que estão divulgando é verdade”, afirmou ao relatar a sua versão dos fatos.
Segundo o presidiário, eles foram trancados na cela após o almoço, por volta das 14h. Minutos depois, conforme sua versão, a direção da unidade e agentes penitenciários chegaram atirando contra os detentos. “Eles fizeram a revista de manhã e agora à tarde chegaram dando tiro com a gente trancado. Atirou com balas de borracha e até arma letal. Teve um (homem) que foi morto, ele era conhecido como ‘Bad Boy’”, relatou.
Ele disse que os presos sofrem "opressão" diretamente do diretor da penitenciária que teria declarado que “gosta de matar preso”. “O Revetrio oprime, bate, desliga a energia pra gente passar calor à noite. Não aguentamos mais os maus-tratos e não vamos ficar quietos. Se a gente quisesse usar a força a gente fazia, mas estamos aqui para pagar pelos nossos erros e queremos sair”, pontua.
Em um abaixo-assinado formulado pelos próprios presos, eles pedem que seja cancelada a nomeação de Francisco Revetrio como diretor do presídio, que assumiu a gestão da unidade penitenciária há poucos dias.
Na carta, os presos denunciam que estão sendo vítimas de tortura, xingamentos, abuso de poder e mortes por espancamentos sob a gestão de Francisco. O documento é datado do último dia 12 de março.
Outro lado
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) foi procurada pelo Gazeta Digital através de e-mail e por meio de mensagem para comentar a denúncia do preso e o fato de ele ter utilizado um celular com acesso à internet no mesmo dia em que foi realizada uma varredura na PCE.
A pasta afirmou que irá averiguar para se pronunciar sobre o caso. No entanto, reafirmou, por meio da assessoria de imprensa, que houve o motim, e o saldo final foi um preso morto e outros 4 feridos. Conforme a Sejudh, eles estavam nos raios 3 e 4 onde estão presos 850 homens.