O presidente Michel Temer recebeu na tarde de quarta (3) representantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Os prefeitos levaram uma pauta de reivindicações, visando melhor governança, e pediram oportunidade de refinanciamento das dívidas com a União, algo já conquistado pelos governadores. As informações são da Agência Brasil.
"Temos uma dívida previdenciária que chega a R$ 100 bilhões, que os municípios devem para o Brasil. Os governadores tiveram o benefício, mas não discutem a dívida. Não queremos o benefício, queremos rever essa dívida. A gente deve e quer pagar, o que não podemos é continuar pagando, como está hoje, indevidamente", disse o presidente do confederação, Paulo Ziulkoski.
"Pedi que nos dessem tratamento parecido com o que foi dado aos governadores. Não é nenhum favor que estamos buscando e, sim, uma relação de debate federativo", acrescentou.
Ziulkoski levou outras demandas ao presidente, como a derrubada do veto de Temer na chamada reforma do ISS [o Imposto sobre Serviços de qualquer natureza]. Em dezembro do ano passado,
O presidente vetou o dispositivo que transferia a cobrança do ISS, antes feita no município do estabelecimento prestador do serviço, para o município do domicílio dos clientes de cartões de crédito e débito, leasing e planos de saúde.
A CNM pede para que o imposto seja arrecadado no local onde foi prestado o serviço, o que beneficiaria um número maior de municípios.
O presidente ouviu e acolheu os pleitos da entidade e os diálogos vão continuar em encontros posteriores. Temer também foi convidado a participar da XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que ocorrerá entre os dias 16 e 18 de maio.
REFORMA DA PREVIÊNCIA
O presidente do CNM também manifestou, em nome da entidade, apoio às reformas que o governo vem tentando aprovar no Congresso. Ziulkoski disse, após a reunião, que os gestores públicos devem apoiar a reforma da Previdência para viabilizar suas administrações. "Eu, como cidadão, poderia ter alguma diferença em relação à reforma. Mas, como gestores públicos, somos obrigados [a apoiar], e é isso que talvez traga algum alívio às prefeituras", disse.
Ziulkoski disse entender a insatisfação do cidadão, que terá que trabalhar mais tempo para se aposentar, mas firmou posição em favor da reforma.
"Logicamente que não querem ficar trabalhando quatro ou cinco anos mais, é um direito normal reagir. Mas, como gestor, devem assumir essa postura. Temos que mostrar para a população que se a reforma não sair, não tem nem como pagar depois."
Os prefeitos devem ajudar o governo federal, conversando com deputados federais e senadores, em favor da aprovação da proposta enviada ao Congresso.
(Folhapress)