O rio Cuiabá ganha um novo personagem e objeto, além dos tradicionais pescadores, a partir desta segunda (24). Isto por que funcionários da empresa Locar, concessionária responsável pela coleta de lixo na Capital, vão recolher o lixo da água e das margens do curso d’água, por meio de uma balsa. A Prefeitura de Cuiabá inaugurou o serviço que promete minimizar o impacto ambiental e vê na conscientização ambiental uma forma de diminuir a degradação.
O rio Cuiabá ganha um novo personagem e objeto, além dos tradicionais pescadores, a partir desta segunda (24). Isto por que funcionários da empresa Locar, concessionária responsável pela coleta de lixo na Capital, vão recolher o lixo da água e das margens do curso d’água, por meio de uma balsa. A Prefeitura de Cuiabá inaugurou o serviço que promete minimizar o impacto ambiental e vê na conscientização ambiental uma forma de diminuir a degradação.
“Essa etapa vem de um grande planejamento para salvar o nosso maior patrimônio natural, que é o rio Cuiabá”, disse o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na inauguração. O evento contou com a participação do deputado federal Emanuelzinho (PTB), servidores públicos e estudantes de creches da Capital.
A coleta de lixo será feita nas duas margens do rio, funcionará de segunda a sábado e contará com três funcionários da empresa concessionária (um operador e dois ajudantes), que foram treinados para o serviço. Todo dia, eles vão subir e descer pela região da Ponte Nova, entre Cuiabá e Várzea Grande, até o bairro Beira Rio São Gonçalo. A balsa possui 7,2 metros de comprimento, 3 de largura e laterais com 1,1 de altura.
Segundo o secretário de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa, a estimativa é recolher cerca de 10 toneladas de lixo por mês. O trabalho da empresa vai impedir que boa parte do material circule pelo rio Cuiabá e chegue ao Pantanal. Boa parte destes resíduos ficam acumulados nas margens durante o período seco e, quando chega as chuvas, o rio os leva até o bioma alagável.
Uma pesquisa de 2017, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apontou que somente Cuiabá produz 400 toneladas de resíduos sólidos. Para o diretor executivo da startup Teoria Verde, Jean Peliciari, que promove ações de educação ambiental e mutirões de limpeza em áreas ambientais de Cuiabá, a ação da prefeitura não vai resolver totalmente o problema, “mas vai minimizar”. “É incrível como que as pessoas fazem o descarte incorreto. É inconseqüência e não pensar nas futuras gerações”.
Por enquanto, a embarcação não vai alcançar os córregos que deságuam no rio Cuiabá. Estes cursos d´água também trazem, além do esgoto, muitos materiais sólidos que são descartados pela população na cidade. Jean disse que a prefeitura precisa implementar um projeto de limpeza, e Stopa estuda ampliar o projeto para os demais córregos.
A balsa também não resolve outro problema ambiental crônico – o despejo de esgoto in natura no rio. O serviço da embarcação é específico para resíduos sólidos. Jean disse que aguarda o Executivo e a concessionária Águas Cuiabá inaugurarem mais estações de tratamento. “O esgoto é um capítulo à parte realmente que devemos dar também a devida atenção”.
O diretor da Teoria Verde ressalta ainda que a Prefeitura de Várzea Grande também precisa se envolver no projeto, já que também é uma das poluidoras do rio Cuiabá. Segundo Jean, o Executivo comandado pela prefeita Lucimar Campos (DEM) precisa “correr atrás”. “Não adianta só Cuiabá fazer. Não vejo a Prefeitura de Várzea Grande tendo iniciativas nem de esgoto nem de lixo”.
Stopa disse que ainda não entrou em contato com a Prefeitura da cidade vizinha. Mas disse que vai fazer em breve deve fazer o pedido. “Deste resultado, não tendo dúvida que a Prefeitura de Várzea Grande vai ser também parceira”.
Ainda de acordo com Stopa, a balsa é um pré-requisito imposto a concessionária da coleta do lixo na Capital. Por isso, o custo do serviço e a operação serão da empresa. “É uma condição para que a empresa que ganhasse o contrato nos fornecesse sem custo extra esta balsa com seus operadores”.
Além do trabalho de limpeza, a balsa ecológica também vai ser utilizada para difundir a idéia da educação ambiental – a noção de proteger e conservar o meio ambiente para as futuras gerações. Segundo Emanuel, uma vez por mês, a prefeitura irá apresentar a sociedade aquilo que está sendo recolhido do rio. Stopa disse ainda que vá envolver escolas, empresas e grupos interessados em receber a educação.